domingo, 28 de fevereiro de 2016

60 mil visitas



Na semana passada o blog Cultura e Consumo completou 60.000 visitas e mais de 87.000 page views.

Criado com o propósito de tratar de fenômenos de cultura e consumo, hoje o blog também incorpora observações sobre estruturas e agentes de mercado.

Obrigado a todos aqueles que visitam o blog e acompanham os posts nele publicados.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Você é marqueteiro?


Folha de S. Paulo, 1ª Página, 23/02/2016

Marqueteiro remete a marreteiro, enganador, oportunista, mentiroso, falsário, entre tantas outras coisas ou significados. Para a mídia de difusão, marqueteiro é qualquer um que trabalhe com marketing, propaganda e publicidade ou vendas. Você que é profissional de marketing, gestor de marketing, publicitário, pesquisador de mercado, professor ou estudante de marketing, é marqueteiro? Sem entrar no mérito dos aspectos político e partidário contidos na manchete, que outra atividade ou campo de atuação da administração ganha a primeira página do principal jornal do país, e de forma tão negativa? Com uma manchete como essa, alguém acredita que, em algum lugar, vão tratar um profissional de marketing sem desconfiar dele em algum momento? Por que é que isso não causa incômodo e indignação? Por que é que todos parecem assistir silenciosamente o contínuo tratamento negativo que a mídia de difusão emprega aos profissionais de marketing? Já em 1999, por meio do artigo "Arte ou Ciência?", publicado na Exame, e a propósito do desconhecimento sobre marketing, o professor Carlos Rossi (UFRGS) indagou se o nosso desconforto não havia chegado próximo ao limite da tolerância. Pelo jeito não chegou. Pior: sequer é possível afirmar que há desconforto. Quase duas décadas depois, aparentemente permanecemos não só tolerantes, como também desarticulados.

domingo, 21 de fevereiro de 2016

Amy Winehouse: uma estrela maltratada


Como destruir um talento natural? Junte um pai desequilibrado, um marido inescrupuloso, assessores gananciosos e uma imprensa sem limites. É isso que revela o filme Amy (Amy, UK/EUA, 2015, 128 min.), dirigido por Asif Kapadia, e que concorre ao Oscar 2016 de melhor documentário. O mundo da música nunca foi linear ou previsível. A genialidade e a originalidade muitas vezes são associadas ao consumo de drogas e bebidas alcoólicas. Em um estágio ainda muito cedo, logo após atingir o estrelato, Amy Winehouse foi vinculada a essa condição: genial, porém errante - o mundo parece sempre querer a perfeição, mesmo sendo imperfeito. Em certo sentido, o documentário faz um contraponto a essa visão e mostra como Amy Winehouse vai sendo moldada aos interesses da indústria musical e do show business, bem como das pessoas que vivem em seu entorno. O preço do sucesso e de ser alçada à condição de estrela mundial é a perda da autonomia e da vontade própria. Amy Winehouse não foi a primeira e não será a última a sucumbir, ainda jovem, às práticas da indústria do entretenimento e ao seu aparato midiático. Como se pode depreender do documentário, existe uma dinâmica no show business que não é necessariamente negociável. Embora triste, trata-se de um ótimo filme para aqueles que têm interesse em cultura de consumo, pois inúmeros elementos simbólicos, comportamentais e materiais que constroem a narrativa do consumo no mundo contemporâneo estão lá, presentes, especialmente no que concerne ao universo adolescente e de jovens adultos.

Atualização em 29/02/2016: Na noite de ontem, 28/02/2016, o filme Amy foi premiado com o Oscar de melhor documentário do ano de 2015.

Esse post compõe uma série chamada "Filme". Trata-se de sugestões de filmes relacionados à temática de cultura de consumo.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

O cheque não existe mais



Agora é (quase) oficial: 
o cheque como meio de pagamento (praticamente) não existe mais; 
desapareceu; sumiu; sumiram com ele !

Referências Conexas

Vieira, F. G. D. (1995). O equívoco do cheque pré-datado. Revista da ACIM, 32(6), 34.

Vieira, F. G. D., & Bortolocci, M. M. dos S. (1997). The pre-dated cheque mistake: considerations about a regional policy of credit in a global context. Proceedings of the Conference of the Business Association for Latin American Studies, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. 

domingo, 14 de fevereiro de 2016

Sambas-enredo para negócio - ou sobre o amanhã

 Os sambas-enredo que hoje escuto são um tanto diferentes daqueles que costumava escutar tempos atrás. Em que pese toda a capacidade de criação artística e sensibilidade dos músicos e letristas envolvidos na composição dos atuais sambas-enredo das escolas de samba que participam dos desfiles de carnaval em São Paulo e no Rio de Janeiro, é preciso algum esforço para se empolgar e cantar logo de saída o refrão dos sambas.

Aparentemente, o compositor deixou de ser um compositor e tornou-se uma espécie de consultor ou assessor e trabalha para várias escolas, não mantendo a fidelidade que antes tinha para com uma determinada agremiação. Desse modo, o samba não parece mais ser uma criação artística e sim uma letra com música para negócio, ou seja, é como se os sambas deixassem de ser sambas-enredo e passassem a ser sambas-negócio, algo a mais para alimentar a cultura de consumo do carnaval.

Isso fica bem evidente na entrevista que um compositor concedeu durante o carnaval. Ao responder uma das perguntas que a repórter da TV lhe fez ao longo da entrevista, o compositor brincou dizendo que iria pedir música no Fantástico, pois tinha feito três sambas-enredo para três escolas de samba de três cidades diferentes.

Talvez deva-se a algo assim, pelo menos em parte, os sambas não empolgarem ou não serem lembrados algum tempo depois do carnaval, mesmo que seja um evento com data marcada para começar e terminar. É possível que a feitura do samba siga outro processo e termine por não expressar toda a criatividade dos compositores.

A propósito, o primeiro samba-enredo que eu lembro não só de ter memorizado, como também admirado, foi "O Amanhã", samba-enredo da União da Ilha do Governador composto por João Sérgio para o carnaval de 1978. O título do samba-enredo, por si só, já despertava a atenção. Poucas palavras são tão poderosas na língua portuguesa quanto o advérbio amanhã. A noção de algo que está por vir e que, portanto, representa o futuro, tem um significado quase que mágico, de renovação e esperança.

Intrigante é que em 1977, ano imediatamente anterior ao ano de lançamento do samba-enredo da União da Ilha, uma música que tratava do mesmo tema fez largo sucesso nas emissoras de rádio. Trata-se de "Amanhã", de autoria de Guilherme Arantes, que foi tema da novela Dancin' Days, exibida pela TV Globo. A ideia de futuro parecia estar particularmente presente no imaginário brasileiro no final dos anos 1970. Talvez, quem sabe, tenha alguma relação com o desejo de ver o fim da ditadura militar que havia no país àquela época.

Referências Conexas

Costa, F. M. S., Guimarães, M. R., Ribeiro, T. B. da S., & Sauerbronn, F. F. (2013). Desinstitucionalização de práticas no carnaval do Rio de Janeiro: uma análise para além da literatura de marketing social. Gestão e Sociedade, 7(16), 26-50.

Farias, E. (2003). Carnaval carioca, a matriz do negócio do ócio brasileiro. Caderno CRH, 38, 177-208.

Gaião, B. F., & Leão, A. L. M. de S. (2013). Muitas festas numa só: a configuração do campo do carnaval do Recife. Organizações & Sociedade, 20(64), 131-144.

Leite, E., Caponero, M. C., & Perez, S. (2010). Um carnaval fora da lista: quando a identidade é criada para o mercado. Textos Escolhidos de Cultura e Artes Populares, 7(2), 97-108.

Lins, H. N., & Ribeiro, K. dos S. (2015). Produção do carnaval em escolas de samba: ensaios à luz do debate sobre economia da cultura. Textos de Economia, 18(1), 37-59.

Silva, A. N. da. (2010). Reflexões sobre o carnaval e samba na historiografia brasileira. Revista Tempo Histórico, 2(2), 1-19.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

Super Bowl: campeão dos EUA é campeão do mundo



Domingo passado foi disputado o Super Bowl 50, ou seja, a decisão de número 50 a respeito de quem seria o campeão da temporada de futebol americano nos Estados Unidos. A disputa se deu entre Denver Broncos e Carolina Panthers, com a vitória da primeira equipe. 

O campeonato de futebol americano dos Estados Unidos é organizado pela National Football League (NFL). Como o próprio nome diz, uma liga nacional. Ocorre que a NFL considera que o campeão dos Estados Unidos é o campeão mundial. A prova disso está no que é cunhado nos anéis que são entregues aos atletas da equipe vencedora de cada Super Bowl. Neles se pode ler: campeões mundiais !! 

Em tempo 1: a imagem acima é do anel que foi entregue aos jogadores do New England Patriots, vencedores do Super Bowl 49 no ano de 2015.

Em tempo 2: nunca vi no Brasil tanto interesse por futebol americano como nesses anos mais recentes. É algo curioso o que está acontecendo. Não aprendemos futebol americano na escola. Não aprendemos no clube. Não aprendemos na igreja. E muito menos aprendemos nas ruas. Não obstante, já há a organização de uma confederação e de um campeonato brasileiro de futebol americano. É impressionante o papel da internet e da TV por assinatura na formação do interesse, gosto e preferências das pessoas. A propósito, no domingo passado o Facebook e os portais brasileiros da internet estavam repletos de comentários e alusões acerca do Super Bowl 50. Theodor Adorno continua certo: é incontestável o poder da indústria cultural, especialmente no que se refere àquilo que é oferecido para consumo por meio de uma forma que contenha glamour. 

Referências Conexas

Adorno, T. W. (2009). Indústria cultural e sociedade. São Paulo: Paz e Terra.

Kellner, D. (2003). A cultura da mídia e o triunfo do espetáculo. Líbero, 6(11), p. 4-15.

domingo, 7 de fevereiro de 2016

O carnaval já foi melhor



Bater; doer; se armar; atirar ...  é tudo o que se escuta.
O nome da banda é Vingadora e o título da música é Metralhadora.
Dizem que é revelação do Carnaval !
 Prêmio YouTube Carnaval !!

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

A embalagem e o produto



O que vemos, o que compramos, o que consumimos.


Referências Conexas

Cochoy, F. (2004). Por uma sociologia da embalagem. Antropolítica, 17, 69-96.

Vieira, F. G. D. (2003). A soberania do consumidor como um mito perante situações de redução de embalagens no mercado brasileiro. Anais do Encontro da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração, Atibaia, SP, Brasil, 27.