segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

Androide BB-8




Estava passando por uma dessas lojas de aeroporto e me deparei com esse objeto lançado ainda em 2015, denominado Androide BB-8. Trata-se de uma espécie de brinquedo lançado no mercado com a chancela da Disney, em parceria com a empresa Sphero. Está vinculado à série de filmes Star Wars, com A Força Que Desperta. Definitivamente, não é um brinquedo ou objeto qualquer. Ele se movimenta, escuta e responde, tem comportamento autônomo e personalidade adaptativa. Para quem estuda cultura material ou tem interesse em extended self material e digital, vale a pena dar uma olhada.

Referências Conexas

Belk, R. W. (1988). Possessions and extended self. Journal of Consumer Research, 15(2), 139-168.

Belk, R. W. (2013). Extended self in a digital world. Journal of Consumer Research, 40(3), 477-500.

segunda-feira, 6 de novembro de 2017

I Encontro Cultura e Consumo Brasil




Nos dias 09 e 10 de novembro será realizado o I Encontro Cultura e Consumo Brasil. O evento acontecerá na cidade do Rio de Janeiro, nas dependências da COPPEAD / UFRJ. O propósito do encontro é "fortalecer a comunidade Cultura e Consumo Brasil, a partir de discussões teórico-metodológicas e mentorias para alunos de mestrado e doutorado, integrando alunos com docentes, teorias e métodos do campo". Para acesso a informações sobre a programação, basta clicar aqui. Haverá transmissão de atividades do evento por meio do Facebook. Para acesso ao link clique aqui.   

domingo, 22 de janeiro de 2017

Há algo errado no paraíso

Eu costumo dizer para os meus alunos que quando Maringá espirra é porque o Brasil está resfriado já há algum tempo. Por extensão, é razoável supor que de alguma forma a mesma observação possa ser válida para o Estado do Paraná. Alguns dados regularmente publicados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) é que servem de suporte para esse comentário. Por conta dessa condição foi que tive grande surpresa com a notícia de que o Paraná é o Estado brasileiro que possui o maior percentual de famílias endividadas. Segundo os dados fornecidos pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, e divulgados pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná (Fecomércio), 86,3% dos paranaenses possuem alguma dívida. Em outras palavras, praticamente 9 entre cada 10 paranaenses possui uma dívida!

É como se tal informação causasse uma espécie de dissonância cognitiva, ou seja, algo que não se espera ouvir ou ler, e que não faz muito sentido diante de um conjunto de referências anteriores que se tem. Em geral, olhando-se os indicadores relativos às diferentes unidades federativas do Brasil, o Paraná ocupa uma posição de destaque, quase sempre entre as cinco ou seis mais bem posicionadas e com melhores resultados.

Apenas a título de ilustração, e considerando dados recentemente divulgados pelo IBGE, relativos aos anos de 2014 e 2015, o Paraná possui o quinto Produto Interno Bruto (PIB) entre os estados brasileiros, ficando atrás apenas de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul. Além disso, segundo dados do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (IPARDES), divulgados em dezembro do ano passado, o Paraná foi o Estado da Região Sul que mais reduziu a pobreza entre 2009 e 2015. Como se não bastasse, também ainda em dezembro, o IPARDES informou que o impacto da atual crise econômica no mercado de trabalho no Paraná tem sido inferior àquele que é observado, em média, em outras unidades federativas. Olhando-se para o conjunto desses dados, portanto, é recrudescido o sentimento de surpresa com o nível de endividamento das famílias paranaenses.

Tendo em vista outros indicadores como, por exemplo, a taxa de alfabetização da população, em que o Paraná possui o sexto melhor indicador do país, com quase 95% da população alfabetizada, a surpresa com o nível de endividamento se transforma em indagação. A rigor, transforma-se em um problema em busca de resposta. Mas não daquele tipo de resposta que aponta para programas de educação financeira. Já disseram que não há respostas simples para problemas complexos.

A realidade do endividamento informado pela Fecomércio impõe uma necessidade de compreensão e explicação. Se colocada diante de um contexto social que é objeto de uma narrativa cotidianamente construída de forma positiva, e onde, via de regra, lê-se notícias sobre abertura de empresas, geração de empregos, alta renda per capita, elevado potencial de consumo, boa qualidade de vida, bom nível de educação, alto índice de desenvolvimento humano, etc., tal necessidade é mais urgente ainda, pois parece que há algo errado no paraíso.

* Publicado originalmente em O Diário do Norte do Paraná, Terça-feira, 17 de janeiro de 2017, Artigo de Opinião, página A2.