terça-feira, 16 de agosto de 2022

Debates presidenciais para consumo 2022


A imprensa parece ser uma daquelas instituições intocáveis, mas cabe reparo na maneira como as emissoras de televisão vêm tratando a realização de debates para as próximas eleições para presidente da república. 

Aparentemente, cada emissora quer fazer o seu próprio debate presidencial, cada uma interessada em sua própria agenda. Se as emissoras realmente quisessem transmitir informação e provocar debates, elas organizariam um pool com um número expressivo de emissoras para transmissão de debate em horário nobre. 

A junção do SBT com a CNN Brasil, e da Band com a TV Cultura, conforme anunciado recentemente, não é suficiente. Serão dois debates transmitidos por apenas duas emissoras em cada ocasião, e arrisco dizer que não será no chamado horário nobre, ou seja, entre 20 e 22 horas. 

Seria ótimo se todas ou pelo menos a maior parte delas, organizassem um pool para transmissão. Isso faria com que houvesse uma possibilidade concreta de se debater publicamente as ideias apresentadas pelos candidatos e também proporcionaria mais subsídios para eleitores fazerem suas escolhas. 

Debates que se iniciam às 22 horas ou às 23 horas, realizados por uma ou apenas duas emissoras em conjunto, atendem mais aos interesses das próprias emissoras do que servem aos eleitores. 

domingo, 7 de agosto de 2022

Snickers: edição limtada ou teste de mercado?

A Mars, fabricante dos Snickers, lançou no mercado brasileiro edições limitadas de Snickers, sabores caramelo e bacon ("pode isso, Arnaldo?"), maracujá, e coco. É uma maneira de testar o mercado (vai que pega!) e também de fazer frente a concorrência ao aumentar a profundidade da linha do produto. Os resultados para a estratégia de produtos da empresa parecem ser promissores, mesmo que signifique uma medida temporária na extensão do composto de produtos.     

segunda-feira, 10 de janeiro de 2022

Marketing mente?

Luiz Felipe Pondé é um filósofo importante na cena editorial e midiática brasileira. Costuma provocar debates sobre aquilo que escreve. Como todos, às vezes acerta e às vezes comete equívocos. O título da coluna dele de ontem na Folha de S. Paulo foi "O marketing é um retrocesso para a espécie e deveria parar de mentir". Pondé comete pelo menos dois equívocos em seu texto. O primeiro é reduzir marketing à comunicação, particularmente à comunicação persuasiva. Marketing é mais que isso e corresponde à prática administrativa de desenvolver produtos e serviços, e organizar sistemas de distribuição e precificação de produtos, entre outros aspectos. O segundo é tratar marketing como sujeito, atribuindo-lhe capacidade de agência. Marketing não é indivíduo. O retrocesso a que ele se refere é das organizações e instituições como um todo enquanto atores sociais!