quarta-feira, 24 de agosto de 2016

A imprensa e as olimpíadas



Segunda-feira de manhã cedo acessei o website de alguns dos principais jornais brasileiros que possuem edição impressa. Tive a intenção de ler o que reportavam sobre os Jogos Olímpicos do Rio 2016, que se encerraram no dia anterior. Fiz uma verdadeira viagem virtual de norte a sul e de leste a oeste do país, como se estivesse adentrando redações com diferentes sotaques. Pude perceber, em linhas gerais, o quanto trataram os Jogos de modo quase uníssono: elogios à cerimônia de encerramento e críticas aos gastos com a realização dos eventos - essas últimas puderam ser vistas particularmente nos jornais de São Paulo. 

Olhando retrospectivamente, desde 2009 - quando foi feito o anúncio da realização dos Jogos no Rio de Janeiro - até a segunda-feira passada, fiquei com o sentimento de que a imprensa passou por três estágios em relação às Olimpíadas: (i) dúvida, (ii) admiração, e (iii) crítica. Pareceu-me uma espécie de déjà vu do tratamento dado à Copa do Mundo da FIFA, aqui ocorrida em 2014. Grosso modo, a imprensa se tornou previsível!

Referências Conexas

Adorno, T. W. (2009). Indústria cultural e sociedade. São Paulo: Paz e Terra.

Almeida, A. C. (2007). A cabeça do brasileiro. Rio de Janeiro: Record.

Schüler, F., & Axt. G. (orgs.) (2005). 4x Brasil: itinerários da cultura brasileira. Porto Alegre: Artes e Ofícios.

quinta-feira, 4 de agosto de 2016

Justiça (Minissérie da Globo)

- A justiça é mais cega do que a paixão?

- Fazer silêncio é fazer justiça?

 - Falta de justiça tem cura?

- Existe justiça na vingança?


Essas perguntas são feitas no trailer (veja acima) de Justiça, nova minissérie da Globo. O trailer é muito bem feito e sinaliza uma minissérie com roteiro inusitado. A Globo parece ter lembrado que o Brasil é mais do que São Paulo e Rio de Janeiro e ambienta a minissérie na cidade de Recife. Segundo a sinopse divulgada pela emissora, são quatro histórias paralelas com quatro protagonistas diferentes, um para cada dia da semana em que a minissérie será exibida (segunda, terça, quinta e sexta - quarta é dia de futebol na emissora). As histórias se cruzarão no encontro entre os personagens em uma delegacia. De algum modo a proposta narrativa da minissérie lembra a estratégia usada no roteiro de Crash - No Limite, filme de Paul Haggis que venceu o Oscar no ano de 2006 em três categorias: filme, roteiro original e edição. Se a minissérie será realmente boa, só a sua exibição irá revelar. As minisséries tendem a ser bons trabalhos, desde que se desenvolvam como obras fechadas e não caiam na tentação de fazer concessões para aumentar a audiência - o que, diga-se de passagem, é algo raro.