quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Bombeiros: heróis para uns, vilões para outros

Boa parte da nossa educação, formal ou informal, e da nossa aprendizagem sobre a vida, de um modo geral, foi baseada na oposição entre bem e mal ou entre bom e mau. Valores que adquirimos ou desenvolvemos, e os julgamentos que fazemos, circunstanciais ou não, são em parte heranças e em parte construções culturais. Bombeiros, ou a instituição Corpo de Bombeiros, parecem estar acima dessa oposição. Ao longo de anos e anos, os bombeiros têm sido definidos como verdadeiros heróis. São vistos como profissionais que possuem a nobre missão de ajudar as pessoas em momentos de grande necessidade, em que há até a existência de um perigo real que comprometa a vida das mesmas.

Essa imagem, consumida e difundida em larga escala, relaciona-se aos serviços de prevenção e combate a incêndios em cidades e florestas, serviços de busca e salvamento, e ainda serviços de defesa civil que são prestados pelos bombeiros. Outros serviços, contudo, prestados pelos bombeiros, fazem com que eles sejam vistos de outra maneira. Tais serviços dizem respeito a trabalhos de vistoria de edifícios e organizações empresariais e estatais, bem como a análises de projetos de construção, reforma ou ampliação de obras, os quais, via de regra, têm grande potencial para gerar algum tipo de tensão ou contrariedade. A depender do tempo despendido ou do rigor imposto nas vistorias e para a análise dos projetos, os bombeiros rapidamente deixam de ser heróis e passam a ser vistos como verdadeiros vilões. Ainda que se trate da questão de forma velada, são inúmeras as ocasiões em que são vistos por meio dessa representação cultural.

Referências Conexas

LEVY, Sidney J. Symbols for sale. Harvard Business Review, v. 37, n. 4, p. 117-124, 1959.

PEREIRA, Maria C.; SANTOS, Antônio C. dos; BRITO, Mozar J. de Tecnologia da informação, cultura e poder na Polícia Militar: uma análise interpretativa. Cadernos EBAPE.BR, v. 4, n. 1, p. 1-18, 2006.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Quem diria?! Estadista global!

O presidente Lula receberá um prêmio de estadista global no próximo Fórum Econômico Mundial de Davos. A informação é dada exatamente na semana em que se inicia a 10ª. edição do Fórum Social Mundial, o qual tem na contraposição às discussões realizadas em Davos uma das razões de sua criação. Qual será a lógica por trás da entrega desse prêmio? Desde o ato de governar procurando a promoção de justiça social, distribuição de renda, até o respeito ao estado de direito e à democracia, muitas são as possibilidades de interpretação. Nada, contudo, parece ser mais convincente do que o respeito à economia de mercado.

Parece mesmo que o Brasil está na moda. Parece, também, que é muito interessante ter um Brasil bem comportado! Agora, além do futebol, e outras coisas mais que encantam, temos um modelo de estadista para o mundo. Ele estava pronto para o consumo da ONU e agora está pronto para o consumo de Davos.

Referências Conexas

ALMEIDA, Paulo R. de. Uma nova 'arquitetura' diplomática? - interpretações divergentes sobre a política externa do governo Lula (2003-2006). Revista Brasileira de Política Internacional, v. 49, n. 1, p. 95-116, 2006.

CHU, Rebeca A.; WOOD Jr., Thomaz. Cultura organizacional brasileira pós-globalização: global ou local? Revista de Administração Pública, v. 42, n. 5, p. 969-991, 2008.

domingo, 24 de janeiro de 2010

Natureza para consumo

A capacidade de criar novos produtos para consumo tem ido cada vez mais longe. Os alimentos naturais, originários diretamente do campo, representavam até pouco tempo atrás uma barreira para inovações. Com o advento das modificações genéticas em sementes realizadas em laboratórios de órgãos de pesquisa estatais e, mais ainda, em laboratórios de grandes corporações, essa barreira deixou de existir. Há casos e mais casos de produtos agrícolas que apresentam maior produtividade e maior resistência às pragas e condições climáticas adversas, que são consumidos diretamente ou integram a composição de outros alimentos.

As frutas de largo consumo in natura representam uma nova fronteira para modificações e adaptações visando à comercialização. Consumidas em estado original, parecem oferecer alguma margem para a realização de mudanças em termos de tamanho, sabor, textura e coloração, e pouca ou nenhuma margem para mudanças em termos de forma. Um exemplo de exploração dessa estreita margem acaba de ser alcançado na Austrália com a produção de morangos em forma de coração. A fruta é acondicionada em um plástico moldado como um coração quando ainda está em um tamanho bem pequeno e termina por, ao crescer, assumir a forma de um coração.

O morango, historicamente, tem sido uma fruta explorada como símbolo de sedução, sensualidade e romantismo. A sua forma, como encontrado na natureza, já remete à forma de um coração. Acondicioná-lo durante o crescimento e moldá-lo como um coração significa uma maneira adicional de concretizar a sua materialidade como um símbolo para consumo.

Referências Conexas

HOSSAIN, Ferdaus; ONYANGO, Benjamin; SCHILLING, Brian; HALLMAN, William; ADELAJA, Adesoji. Product attributes, consumer benefits and public approval of genetically modified foods. International Journal of Consumer Studies, v. 27, n. 5, p. 353-365, 2003.

KOVACS, Michelle H.; BARBOSA, Maria de L. de A.; KOVACS, Erica P.; DURÃO, André F.; SILVA, Wesley M. da. A maçã proibida: os alimentos geneticamente modificados e a moral religiosa, a proposição da tipologia de risco percebido do “paradoxo de Adão”. In: I ENCONTRO DE MARKETING (2004: Porto Alegre). Anais ... Rio de Janeiro: ANPAD, 2004. (Versão integral em CD-ROM do Evento)

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Banca de revistas e segmentação

Há algum tempo, ir a uma banca de revistas era um prazer, especialmente em dia de domingo. Buscava o jornal de circulação nacional preferido e escolhia uma ou outra revista para ler durante a semana. Havia revistas para vários interesses, visto que a indústria editorial sempre considerou a heterogeneidade de interesses existentes entre os leitores.

Com o passar do tempo, e também a entrada de novas editoras no mercado, houve uma enorme ampliação na oferta de títulos. Há revistas e mais revistas para todos os gostos e preferências. Há tantas revistas, que ao se chegar às bancas é quase que impossível ler seus títulos de tão empilhadas que ficam umas sobre as outras nas prateleiras. Tenho observado que as pessoas não se sentem bem em retirar, repetidamente, várias revistas das prateleiras no sentido de escolherem um título. Parece ser mais fácil, mais cômodo, ou mais prático mesmo, solicitar um determinado título ao atendente.

O pano de fundo do lançamento de tantos títulos é o processo de segmentação no mercado de revistas. Mas, tanta segmentação termina por confundir e, às vezes, até mesmo a dificultar a escolha de um determinado título. As editoras simplesmente não conseguem comunicar e posicionar adequadamente as dezenas e dezenas de títulos que publicam todos os meses. Por outro lado, não conseguem tantas matérias e reportagens diferentes ou originais. O que ocorre é uma repetição de conteúdos editoriais. Talvez esse até seja um mal da indústria de comunicação como um todo. Quem, por exemplo, pelo menos uma vez na vida leu uma revista que abordava os cuidados que as pessoas precisam ter no verão, não precisará mais ler nenhuma outra, pois todos os anos publica-se a mesma coisa em diferentes títulos de revistas.

Referências Conexas

DAVIDSON, Laura; McNEILL, Lisa; FERGUSON, Shelagh. Magazine communities: brand community formation in magazine consumption. International Journal of Sociology and Social Policy, v. 27, n. 5/6, p. 208-220, 2007.

EVANS, Martin. Segmentação de mercado. In: BAKER, Michael J. (Ed.) Marketing. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. pp. 174-200.

LENGLER, Jorge F. B. Um exercício de desconstrução do conceito e da prática de segmentação de mercado com base no gênero e na etnia: o que nos ensina Woody Allen sobre a hegemônica teoria de marketing. Revista Eletrônica de Administração, v. 5, n. 4, p. 1-23, 1999.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

A solidariedade de Obama

Eis que o consumo da solidariedade em seu caráter pragmático se faz sentir de forma inequívoca e eficiente. Depois de ver sucessivas quedas em índices de sua popularidade, Obama agora experimenta uma recuperação na sua imagem devido à maneira como tem lidado com a tragédia ocorrida no Haiti: de índices de 46%, considerados muito baixos para os padrões da política estadounidense, ele alcançou rapidamente 50% nos últimos dias. Há, portanto, um sentimento de aprovação às ações para o Haiti.

A dinâmica da recuperação dessa popularidade, no entanto, pode trazer novos dissabores para as pretensões do Brasil no que se refere à criação de uma cultura de liderança regional na América do Sul e no Caribe. Aparentemente, o custo da presença brasileira no Haiti tem sido dissolvido pela percepção de que o nosso país alça vôos antes não vistos. Talvez a solidariedade de Obama signifique alguma turbulência para o vôo brasileiro.

Referências Conexas

BARROS, Denise F.; SAUERBRONN, João F. R.; AYROSA, Eduardo A. T. O eleitor, o político e o marketing político - o bom, o mau e o feio. In: XXIX ENCONTRO NACIONAL DOS PROGRAMAS DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO (2005: Brasília). Anais ... Administração Pública e Gestão Social. Rio de Janeiro: ANPAD, 2005. (Versão integral em CD-ROM do Evento)

NEWMAN, Bruce I. The marketing of the president: political marketing as campaign strategy. Thousand Oaks: Sage, 1994.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

O Google foi para a China

Quase ninguém fala mal da China. Ainda mais agora que se tornará a segunda maior economia do mundo, a China é incensada por todos. Os produtos baratos e de qualidade duvidosa que produz encantam a todos no ocidente.

É curioso como a economia opera milagres na consciência. Indivíduos, empresas e governos nacionais pouco lembram, ou pouco fazem a respeito, de como a China trata a liberdade de expressão. Via de regra, governos e empresas ocidentais sobrepõem interesses de mercado às questões de direitos e liberdades individuais e praticamente não denunciam ou, mais ainda, opõem-se a censura lá existente. Isso, para falar pouco, pois a lista para entender como se produz produtos tão baratos, inclui desde acusações da adoção de mão-de-obra infantil, até forte descaso com meio ambiente, passando pelo uso de matéria-prima de caráter incerto.

Recentemente, entretanto, e após mais de 30 empresas estadounidenses experimentarem problemas semelhantes, com a invasão de hackers em seus sistemas, o Google insinua que irá abandonar a China. Trata-se, em tese, daquele que é ou virá a ser o maior mercado do mundo. Não é um recuo fácil. Apenas a iminência de ser devassado e ter sua tecnologia decifrada é que leva o Google a realizar tal ameaça. Pobres chineses, quero dizer, pobre ocidente.

Referências Conexas

HASSAN, Salah S.; CRAFT, Stephen; KORTAM, Wael. Understanding the new bases for global market segmentation. Journal of Consumer Marketing, v. 20, n. 5, p. 446-62, 2003.

WILK, Richard. Consuming morality. Journal of Consumer Culture, v. 1, n. 2, p. 245-260, 2001.

sábado, 16 de janeiro de 2010

O Consumo da solidariedade

A tragédia causada pelo terremoto no Haiti reacende o debate sobre a disposição de ajudar o outro. Trata-se, no mínimo, de uma perspectiva diferente para o verão, período em que as pessoas estão mais centradas nelas mesmas e em seus prazeres pessoais. Talvez a repercussão dessa tragédia seja maior no Brasil do que em outros países, tanto pelo fato de haver um contingente do exército brasileiro como força de estabilização em missão da ONU naquele país, quanto pela morte da médica Zilda Arns, que lá estava em missão humanitária e que possuía longa e conhecida trajetória de trabalho comunitário.

Nesses casos, por uma questão de interesses geopolíticos, Estados nacionais assumem papéis de solidariedade: destinam fundos e enviam alimentos e remédios, entre outros recursos. Indivíduos, em menor escala, doam recursos ou se oferecem para trabalhos voluntários. Em ambos os casos ocorre o consumo da solidariedade. No primeiro, um consumo pragmático, no segundo um consumo simbólico.

Costumes, hábitos e, especialmente, valores, individuais, comunitários ou mesmo religiosos, orientam o caráter de ações individuais e sociais de solidariedade. Assim, a solidariedade, mesmo que revestida de nobreza, não é consumida de modo igual e com o mesmo sentido. A propósito, entre o segundo semestre de 2008 e o primeiro de 2009, ocorreram chuvas de extrema intensidade nas regiões nordeste e sul do nosso país, deixando milhares e milhares de pessoas desabrigadas. Para cada R$ 1,00 recebido em solidariedade pela região nordeste, a região sul recebeu R$ 8,50, quando havia uma proporção de 4 desabrigados na primeira para cada 1 desabrigado na segunda.

Que o legado de Zilda Arns não seja tão rapidamente esquecido como parece já ter sido esquecido aquele deixado pelo Betinho (Herbert José de Sousa), que criou no início dos anos 1990 o movimento Ação da Cidadania Contra a Fome, a Miséria e Pela Vida. Pois, afinal, como já dizia Caetano Veloso, em canção do disco comemorativo dos 25 anos do tropicalismo, lançado em 1993, “o Haiti é aqui”.

Referências Conexas

DURKHEIM, Émile. As formas elementares da vida religiosa. São Paulo: Martins Fontes, 2003.

NEPSTAD, Sharon E. Convictions of the soul: religion, culture, and agency in the Central America solidarity movement. Oxford: Oxford University Press, 2004.

WEBER, Max. Ensaios sobre a teoria das ciências sociais. São Paulo: Centauro, 2003.

WYMER JR., Walter W.; SAMU, Sridhar. Volunteer service as symbolic consumption: gender and occupational differences in volunteering. Journal of Marketing Management, v. 18, n. 9, p. 971-989, 2002.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Coca-Colla

A Coca-Cola acaba de encontrar um novo concorrente. Trata-se da Coca-Colla. Isso mesmo, Coca-Colla, com dois eles, do mesmo modo que Collor, aquele presidente que sofreu impeachment e hoje em dia é senador.

A Bolívia, por meio do seu presidente, Evo Morales, decidiu produzir um novo refrigerante à base de coca, cujo nome será Coca-Colla, de cor preta e rótulo vermelho. Os bolivianos da região dos Andes, tradicionais produtores de coca, agradecem a iniciativa do irmão Evo. Será mais um produto à base de folha de coca, que irá se juntar aos já existentes como chá, creme dental e farinha.

Como um ícone de consumo mundial, independentemente de ser produzida desde 1886 e estar presente em mais de 200 países, certamente a Coca-Cola se incomodará com essa iniciativa latino-americana. Talvez, entretanto, o governo estadounidense se incomode mais ainda, especialmente por questões relacionadas à propriedade de marcas e patentes. A Coca-Cola parecer ter maiores preocupações, como, por exemplo, o seu envolvimento com a China, onde acelerou o processo de expansão da sua marca e irá investir a bagatela de 2 bilhões de dólares nos próximos 18 meses.

A Coca-Colla será mais um meio para expressar cultura. Resta esperar para ver que significados, públicos e privados, ela terá por meio de seu consumo e que identidades ajudará a constituir. Só não pode terminar no fechamento de locais de venda e racionamento de energia como Chávez faz atualmente na Venezuela.

Referências Conexas

LEVITT, Theodore. The globalization of markets. Harvard Business Review, v. 61, n.3, p.92-102, 1983.

MILLER, Daniel. Coca-cola: a black sweet drink from Trinidad. In: MILLER, Daniel (Ed.) Material Cultures: why some things matter. Chicago: University of Chicago Press, 1998. pp.169-188.

domingo, 10 de janeiro de 2010

Cultura e consumo no nosso dia-a-dia


Os blogs, a princípio, foram criados como uma espécie de diário daqueles que neles escrevem. Com o passar do tempo, tornaram-se plataformas para a expressão de pensamentos, a divulgação de informações e a realização de análises, entre outras diferentes possibilidades. O meu propósito com esse blog é lançar um olhar sobre fenômenos de cultura e consumo, o que, em maior ou menor medida, corresponde a quase totalidade do que fazemos e vivemos em nosso dia-a-dia. Nesse sentido, a ideia é usar este blog como um meio para a realização de observações, comentários e interpretações sobre cultura e consumo.

O leque de possibilidades é extraordinariamente amplo. Fenômenos de cultura e consumo, enquanto construções individuais e coletivas, podem ser ou estar associados à desde um simples artefato material, como uma enxada que se usa para capinar, até complexos padrões de comportamento, como o engajamento em trabalhos voluntários de caráter social. Possuem, portanto, um caráter tanto conspícuo quanto simbólico e são transversais à vida cotidiana.

No mundo contemporâneo, para o bem ou para o mal, há muito que o consumo deixou de ser um substantivo masculino e passou a ser visto como um vilão ou um redentor da vida em sociedade. Poucos, entretanto, o vêem como inexorável, ou menos ainda como uma espécie de vetor, simultâneo, de produção e reprodução cultural. Por um lado se impõe uma racionalidade de criação e estruturação de mercados, bem como geração de riquezas e a concepção de que a felicidade virá por meio dos bens. Por outro, subsiste a expectativa de uma lógica distinta. Em meio a esse processo, pessoas e empresas definem e constroem identidades que estão presentes e permeiam espaços privados e públicos, inclusive no que diz respeito à relação com o Estado.

Olhar fenômenos de consumo e cultura no nosso dia-a-dia, compreendendo consumidores como sujeitos socialmente construídos, e empresas como estruturas que têm agência social, é, assim, objetivo deste blog.

Referências Conexas

BARBOSA, Lívia; CAMPBELL, Colin. (Orgs.) Cultura, consumo e identidade. Rio de Janeiro: FGV Editora, 2006.

BAUMAN, Zygmunt. Vida para consumo: a transformação das pessoas em mercadoria. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2008.

BELK, Russel; GER, Güliz; ASKEGAARD, Søren. The fire of desire: a multisited inquiry into consumer passion. Journal of Consumer Research, v. 30, n. 3, p. 326-351, 2003.

BOURDIEU, Pierre; PASSERON, Jean C. Reproduction in education, society and culture. London: Sage, 1990.

FIRAT, A. Fuat; DHOLAKIA, Nikhilesh. Consuming people: from political economy to theaters of consumption. London: Routledge, 2003.

LIPOVETSKY, Gilles. A felicidade paradoxal: ensaio sobre a sociedade do hiperconsumo. São Paulo: Companhia das Letras, 2007.

McCRACKEN, Grant. Cultura e consumo: novas abordagens ao caráter simbólico dos bens e das atividades de consumo. Rio de Janeiro: MAUAD, 2003.

SAHLINS, Marshall. Cultura e razão prática. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2003.

SHERRY, John F. (Ed.) Contemporary marketing and consumer behavior: an anthropological sourcebook. Thousand Oaks: Sage, 1995.

SLATER, Don; TONKISS, Fran. Market society: markets and modern social theory. Cambridge: Polity, 2001.