O trabalho de branding da Apple realmente é de fazer inveja. Muitas, mas muitas empresas mesmo, gostariam de ter a eficiência que a Apple tem no lançamento da maior parte dos seus produtos. A capacidade de definição e associação de conceitos às marcas e produtos que desenvolve e lança no mercado, levaram a Apple a criar uma cultura, uma tribo de consumidores.
Já se tornou comum as pessoas esperarem horas e horas em filas, ordeiramente e bem humoradas, para consumirem o que a Apple lança no mercado. Assim, a família “i” da Apple, seja iPad ou iPhone, não comunica mais apenas sobre a empresa ou os produtos. Fala claramente sobre os seus consumidores e define uma espécie de identidade para os mesmos.
É curiosa a natureza afetiva e simbólica da construção dos significados associados à Apple. Eles transcendem, e muito, a natureza cognitiva e funcional dos próprios produtos. Foi isso que se viu com o lançamento do iPad, um aparelho para acesso de diferentes mídias que mistura smartphone com notebook.
Se em termos de atributos, consequências e valores, de consumo e para o consumidor, o iPad irá corresponder às expectativas criadas em torno dele, só o tempo dirá. Por enquanto, independente do que acontecer à tribo dos “is”, é bem provável que a Apple esteja não só satisfeita com a possível venda de quase 10 milhões de unidades ao longo do ano, como também com o valor de suas ações no mercado.
Referências Conexas
AAKER, David A; KELLER, Kevin L. Consumer evaluations of brand extensions. Journal of Marketing, v. 54, n. 1, p. 27-41, 1990.
COVA, Bernardo; COVA, Veronique. Tribal marketing: the tribalisation of society and its impact on the conduct of marketing. European Journal of Marketing, v. 36, n. 5/6, p. 595-620, 2002.
VOGELSTEIN, Fred. The untold story: how the iPhone blew up the wireless industry. Wired Magazine, v. 16, n. 2, p. 1-3, 2008.