Boa parte da nossa educação, formal ou informal, e da nossa aprendizagem sobre a vida, de um modo geral, foi baseada na oposição entre bem e mal ou entre bom e mau. Valores que adquirimos ou desenvolvemos, e os julgamentos que fazemos, circunstanciais ou não, são em parte heranças e em parte construções culturais. Bombeiros, ou a instituição Corpo de Bombeiros, parecem estar acima dessa oposição. Ao longo de anos e anos, os bombeiros têm sido definidos como verdadeiros heróis. São vistos como profissionais que possuem a nobre missão de ajudar as pessoas em momentos de grande necessidade, em que há até a existência de um perigo real que comprometa a vida das mesmas.
Essa imagem, consumida e difundida em larga escala, relaciona-se aos serviços de prevenção e combate a incêndios em cidades e florestas, serviços de busca e salvamento, e ainda serviços de defesa civil que são prestados pelos bombeiros. Outros serviços, contudo, prestados pelos bombeiros, fazem com que eles sejam vistos de outra maneira. Tais serviços dizem respeito a trabalhos de vistoria de edifícios e organizações empresariais e estatais, bem como a análises de projetos de construção, reforma ou ampliação de obras, os quais, via de regra, têm grande potencial para gerar algum tipo de tensão ou contrariedade. A depender do tempo despendido ou do rigor imposto nas vistorias e para a análise dos projetos, os bombeiros rapidamente deixam de ser heróis e passam a ser vistos como verdadeiros vilões. Ainda que se trate da questão de forma velada, são inúmeras as ocasiões em que são vistos por meio dessa representação cultural.
Referências Conexas
LEVY, Sidney J. Symbols for sale. Harvard Business Review, v. 37, n. 4, p. 117-124, 1959.
PEREIRA, Maria C.; SANTOS, Antônio C. dos; BRITO, Mozar J. de Tecnologia da informação, cultura e poder na Polícia Militar: uma análise interpretativa. Cadernos EBAPE.BR, v. 4, n. 1, p. 1-18, 2006.
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