segunda-feira, 6 de junho de 2011

Identidade consumida

Alguém resolveu colocar um adesivo inusitado no carro para sinalizar para o público a família que é usuária desse carro. No adesivo há o número de membros e a caracterização das pessoas da família, ou seja, se são adultos, jovens ou crianças, inclusive de que gênero. De repente, inúmeras outras pessoas passaram a fazer o mesmo. Curioso isso. Há quem coloque filtro solar no carro para disfarçar ou não permitir a visão de quantas pessoas estão dentro do carro em um dado momento. No entanto, gratuitamente, fixa-se um adesivo no pára-choque traseiro do carro, reproduzindo, em desenho, uma imagem da família. Em outras palavras, é como se o adesivo funcionasse como uma identificação da família a quem aquele carro pertence. Em alguns casos, há até os animais de estimação que a família possui, ou que dela fazem parte. De certa maneira, a privacidade dessas pessoas é comprometida quando resolvem usar tais adesivos em seus carros. É como se elas oferecessem a identidade delas para consumo geral no trânsito e em estacionamentos.

Referências Conexas

BARBOSA, Lívia; CAMPBELL, Colin. Cultura, consumo e identidade. Rio de Janeiro: Editora da FGV, 2006.

FIRAT, A. Fuat; VENKATESH, Alladi. Liberatory postmodernism and the reenchantment of consumption. Journal of Consumer Research, v. 22, n. 3, p. 239-267, 1995.

2 comentários:

  1. Heidiany Katrine Moreno6 de junho de 2011 às 20:54

    Outra questão é a insegurança, pois fica claro as caracteristicas da família e se torna muito mais vunerável para os ladrões garimparem qual família é conveniente assaltar, sequestrar, é como um código para indicativo de roubo...

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  2. Heidiany,

    Obrigado por visitar o blog. De fato, a segurança, como você bem lembra, é uma questão a ser considerada. Dependendo do cenário urbano, o adesivo funciona mesmo como um indicativo.

    Vieira

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