Dizem que uma imagem vale por mil palavras. Com uma foto é possível dizer o mesmo – desde que ela não seja produto para consumo oriundo do Photoshop, claro! Além de mostrarem e revelarem, fotos também sugerem e insinuam. Em algumas, o que não é completamente visto pode ser imaginado. E isso é mais do que suficiente para que não seja esquecida. Tem-se aí uma sutil junção entre memória e imaginário.
Dois casos no mundo do tênis ilustram bem essa situação. O primeiro refere-se à foto que recebeu o título de “Tennis Girl”, feita por Martin Elliot em 1976. De modo surpreendente, a identidade da pessoa fotografada foi revelada agora em 2011. Trata-se de Fiona Walker, a quem o fotógrafo namorava à época em que a foto foi feita.
O segundo caso diz respeito a uma foto tirada após uma invasão de quadra feita por uma mulher durante uma partida de tênis do torneio de Wimbledon em 1996. Nessa segunda foto, a mulher é escoltada por dois membros da Scotland Yard – como é chamada a polícia de Londres.
Em ambas as fotos as mulheres aparecem de costas. O que delas se vê, contudo, tem alimentado o imaginário de diferentes pessoas no mundo do tênis ao longo de décadas.
Referências Conexas
DURAND, Gilbert. A imaginação simbólica. Lisboa: Edições 70, 1995.
GROIS, Boris. The border between word and image. Theory, Culture & Society, v. 28, n. 2, p. 94-108, 2011.
HALBWACHS, Maurice. A memória coletiva. São Paulo: Vértice, Editora Revista dos Tribunais, 1990.
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