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domingo, 10 de fevereiro de 2013

Carnaval sem Photoshop

Nesses dias de carnaval em terras brasileiras pululam na internet (leia-se web), fotografias de celebridades e subcelebridades – essa invenção pós-moderna que tanto alegra e preenche os interesses da mídia de difusão. O que chama a atenção em uma rápida visita aos portais de notícias é que muitas das fotos publicadas não recebem o usual tratamento em Photoshop. O registro e consumo instantâneos dificultam o tratamento das inúmeras imagens oferecidas em farto banquete ao público. Corpos nus e seminus parecem, paradoxalmente e sem trocadilho, desnudos.
 
Referências Conexas
 
Adorno, T. W. (2002). Indústria cultural e sociedade. São Paulo: Paz e terra.
 
Kellner, D. (2003). A cultura da mídia e o triunfo do espetáculo. Líbero, 6(11), p. 4-15.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Facebook censura "Cultura e Consumo"

Não precisa estar na China, Síria ou Irã. Basta estar no Brasil e conectado a uma rede social. No caso, o Facebook. O post “o consumo da imagem da bunda”, escrito e publicado neste Blog no dia 1/12/2011, e que possuía um link no Facebook, foi retirado do ar no dia de ontem pelo próprio Facebook. Em uma primeira análise, talvez isso possa ser atribuído a algum mecanismo de busca do Facebook, que possivelmente encontre palavras cujo teor seja considerado chulo e retire automaticamente os links que as contêm. Talvez seja esse o caso. Ou não! Os estadounidenses costumam mencionar que “errar é humano, mas é preciso um computador para por tudo a perder”. Talvez alguém da própria equipe do Facebook, em algum tipo de busca, tenha julgado ofensivo o teor do post, ainda que um adolescente em início de carreira, com 12 anos de idade, pudesse lê-lo sem o menor constrangimento. Talvez, algum praticante do catolicismo tenha se sentido ofendido com a foto do post que lembra a imagem de A Última Ceia de Leonardo da Vinci e a tenha denunciado ao Facebook. Talvez isso, aquilo ou sei lá o quê. O fato é que houve censura no Facebook.

Referências Conexas

DEIBERT, Ronald; PALFREY, John; ROHOZINSKI, Rafal; ZITTRAIN, Jonathan. (Eds.) Access denied: the practice and policy of global internet filtering. Boston: MIT Press, 2008.

EBBS, Geoffrey; RHEINGOLD, Howard. Censorship on the information highway. Internet Research, v. 7, n. 1, p. 59-60, 1997.

terça-feira, 8 de março de 2011

Desrespeito e constrangimento causados pela Editora Abril


A Editora Abril, tradicional editora brasileira na publicação de revistas semanais e mensais, não só invade a privacidade de eventuais consumidores, como os constrange por meio do seu sistema de mailing eletrônico.

O desrespeito da Editora Abril consiste em enviar mensagens de e-mail contendo ofertas de seus produtos, sem o consentimento ou aprovação prévia por parte daqueles ou daquelas que recebem tais mensagens; ou seja, as pessoas simplesmente recebem mensagens sem terem sido consultadas previamente se autorizariam ou não o envio dessas mensagens.

Já o constrangimento se dá pela maneira como a Abril disponibiliza a possibilidade de que alguém possa retirar o seu nome do mailing (cadastro) da editora. Esse constrangimento está documentado e pode ser visto na imagem logo acima.

A Abril oferece a oportunidade de que alguém remova o seu nome do mailing porque, certamente, está ciente da legislação nacional sobre o uso de spam. Ocorre que os passos a serem seguidos para completar o descadastramento do mailing da Abril foram definidos para coagir as pessoas a desistirem no meio do processo.

São feitas 6 (seis) perguntas ao todo. Tais perguntas são absolutamente desnecessárias. Bastava que alguém respondesse algo do tipo “quero retirar meu nome do mailing”. Pronto! Isso já seria suficiente.

Aumentando o percurso do caminho, a Abril faz perguntas que parecem fazer parte de uma pesquisa de mercado – a rigor, ela aproveita a oportunidade para fazer algo semelhante. Chama a atenção no formulário eletrônico usado para o descadastramento o fato das perguntas serem feitas com o uso de linguagem subliminar. Como se não bastasse, ao final do formulário há a seguinte informação: “pense bem antes de clicar aqui”, que, em última análise, caracteriza-se como uma espécie de ameaça velada.

Desrespeito e constrangimento! É o mínimo que se pode dizer sobre a maneira como a Abril opera por meio da Internet com mailing eletrônico para a comunicação de promoções e vendas de seus produtos.

Referências Conexas

CAMPOS, Cristiane Gracia. A ilegalidade do marketing eletrônico, spam e listas de e-mails. Jus Navigandi, Teresina, ano 7, n. 56, 1 abr. 2002. Acesso em: 8 mar. 2011.

LACERDA, Tales S.; VEIGA, Ricardo T. O envio da mala direta eletrônica como condição facilitadora para o consumo: um estudo teórico-empírico. GEPROS- Gestão da Produção, Operações e Sistemas, v. 3, n. 2, p. 63-73, 2008.

SPROULL, Lee S. Using electronic mail for data collection in organizational research. Academy of Management Journal, v. 29, n. 1, p. 159-189, 1986.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

A quem interessa o livro digital?

O primeiro livro digital, assim como o primeiro de seus leitores eletrônicos, foi lançado nos Estados Unidos durante os anos 1990. No entanto, foi apenas após o lançamento do leitor eletrônico Kindle pela Amazon.com em 2007, que o livro digital passou a ser conhecido em larga escala.

De lá para cá, o livro digital tem sido celebrado por inúmeras pessoas, em diversas frentes, desde leitores e livreiros até editores e ambientalistas. Mas quem mais festeja a introdução do livro digital no mercado são os fabricantes de e-Readers, isto é, a indústria eletrônica vinculada ao universo da informática e do mundo digital.

Há, hoje, dezenas de modelos de leitores eletrônicos disponíveis no mercado. Só a Sony tem cinco modelos diferentes para venda. Depois que a Amazon.com lançou o seu Kindle, a Barnes & Nobles, outra grande livraria virtual, lançou o seu Nook, e muito recentemente a Apple lançou o iPad. Ocorre que o e-Reader é o tipo de aparelho eletrônico que não envolve uma tecnologia tão sofisticada a ponto de seu fabricante inicial permanecer sozinho no mercado por muito tempo. As barreiras de entrada no mercado de produtos tecnológicos estão cada vez mais fáceis de serem transpostas.

Certamente, os lançamentos continuarão e livrarias virtuais e editoras ainda empreenderão muitos esforços para individualizarem seus produtos e tentarem posicioná-los como únicos no mercado, até, talvez, chegarem a conclusão de que eles poderão ter uma plataforma padrão, em termos de software, que leia qualquer livro digital. Esse “qualquer”, todavia, interessa mais às editoras dos livros digitais do que aos fabricantes de e-Readers e do que às livrarias virtuais. São muitos os desdobramentos em torno dessa questão e passam, inclusive, pela discussão de práticas de monopólio relacionadas a quais softwares serão definidos para serem usados nos aparelhos e-Readers.

No Brasil, os livros digitais começaram a ser vendidos esse ano. Livrarias virtuais como Cultura, Saraiva e Submarino.com já disponibilizam milhares de títulos, especialmente os chamados best sellers e escritos no idioma inglês. Além da diversidade de e-Readers apresentada por essas empresas, e com a qual o leitor deve lidar, há os softwares que podem ser instalados em computadores do tipo notebook ou desktops e que permitem a leitura dos livros digitais.

Como é de se esperar, esses softwares são também diferentes. A Cultura sugere o Adobe Digital Editions e a Saraiva sugere o Saraiva Digital Readers. Já o Submarino.com oferece vários títulos, mas não disponibiliza a possibilidade de acesso ao livro digital que não seja por meio de um e-Reader. Diferentemente da Cultura e da Saraiva, a Submarino.com desenvolveu uma espécie de parceria com a Gato Sabido e-books para a venda de livros digitais, e a oferta dos livros se dá apenas por meio do COLL-ER, seu e-Reader. Surfando a onda dos livros digitais oferecidos pelas nossas livrarias virtuais, a Positivo, fabricante brasileira de computadores, iniciou a produção do seu e-Reader, cujo nome é Alfa.

Argumentos a favor do livro digital costumam ser razoáveis, particularmente aqueles que apontam para a portabilidade e a mobilidade, características da sociedade pós-moderna, bem como os que destacam o fato dos livros digitais poderem ser adquiridos por menores preços e, ainda, não poluírem o meio ambiente, ajudando a preservar milhões de árvores que não precisarão ser utilizadas para a fabricação de papel. Um outro argumento, que não vem muito à baila, diz respeito a obras volumosas, de grande complexidade de manipulação, assim como obras raras, que devem ser transformadas em livros digitais. Tal procedimento seria conveniente e necessário para dar visibilidade e acesso às mesmas.

Olhando para todo esse cenário, algumas impressões, e também dúvidas, vêm à tona:

1. a indústria tende a criar novos produtos para, assim, criar novos mercados e expandir seus negócios. O livro digital e, em contrapartida, o e-Reader, se encaixam perfeitamente bem nesse sentido;

2. com os livros digitais, editoras e livrarias virtuais mudam significativamente a maneira de vender livros e economizam substancialmente ao longo do processo de produção e venda de seus livros. O trabalho com logística, envolvendo gráfica, transporte, estocagem, distribuição e envio para as compras realizadas pela Internet, por exemplo, simplesmente não existe, o que significa expressiva redução do uso de mão-de-obra, instalações e redução de custos;

3. a vida dos autores dos livros melhorará? Eles receberão maior participação dos lucros decorrentes da venda dos livros com o novo formato? Afinal, as editoras poderiam remunerar melhor os autores, pois os seus custos serão reduzidos consideravelmente e o argumento do custo de produção dos livros sempre foi usado para justificar os parcos repasses de direitos autorais aos autores de livros;

4. para onde irão todos os e-Readers que estão sendo vendidos, na hora em que forem descartados? Terão o mesmo destino que os aparelhos de telefone celular, os notebooks e os desktops, ou seja, o lixo comum? Os e-Readers também poluem e são uma ameaça ao meio ambiente. E, diga-se, a indústria de computadores, do mesmo modo que a de telefonia celular, ainda não apresentou uma solução para o descarte de seus produtos;

5. na medida em que a indústria editorial diminui proporcionalmente a venda de livros em papel e aumenta a venda de livros digital, o que será feito com os empregos relacionados à produção e distribuição de livros em papel? Caberá a seus ocupantes a máxima de readaptar, readequar, reutilizar, reciclar?

A quem interessa o livro digital? Muitos argumentos, em um primeiro momento, remetem a uma posição quase que intocável dos livros digitais e, com efeito, é preciso reconhecer o caráter inexorável da sua presença entre nós nos próximos tempos. Não obstante, até o presente momento, quem mais parece ter se beneficiado com os livros digitais são as próprias empresas que compõem a cadeia de negócios em torno dele.

Referências Conexas

BELK, Russel W.; TUMBAT, Gülnur. The cult of Macintosh. Consumption Markets & Culture, v. 8, n. 3, p. 205 – 217, 2005.

CHANDLER, Stephanie. From entrepreneur to infopreneur: make money with books, e-books and information products. Hoboken: Wiley, 2006.

DENEGRI-KNOTT Janice; MOLESWORTH, Mike. Concepts and practices of digital virtual consumption. Consumption Markets & Culture, v. 13, n. 2, p. 109 – 132, 2010.

FRECHETTE, Barry G. Brand digital: simple ways top brands succeed in the digital world. Journal of Consumer Marketing, v. 27, n. 3, p. 293 – 293, 2010.

FURTADO, José A. O papel e o pixel – do impresso ao digital: continuidade e transformações. Florianópolis: Escritório do Livro, 2004.

MILLER, Daniel. The confort of things. Cambridge: Polity Press, 2009.

NEGROPONTE, Nicholas. A vida digital. 3ª. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.

VIEIRA, Valter A.; SLONGO, Luiz A. Um modelo dos antecedentes da lealdade no varejo eletrônico. Revista de Administração Contemporânea, v.12, edição especial, p. 65-87, 2008.

WEBER, Steve. ePublish: self-publish fast and profitably for Kindle, iPhone, CreateSpace and print on demand. S.l.: Weber Books, 2009.

terça-feira, 6 de julho de 2010

A Telefônica não funciona

A Telefônica tem enorme inserção na vida dos paulistas e paulistanos, em especial. Ela provê serviços de telefonia e acesso à Internet no Aeroporto Internacional de Guarulhos, mas de um jeito muito estranho. Há um número limitado de senhas por dia à disposição de consumidores que precisem usar os seus serviços de Internet no aeroporto no modo wireless. Assim, uma vez que aquele determinado número de senhas tenha se encerrado, não é mais possível acessar a Internet no modo wi-fi. Em alguns dias, como em 25 de junho de 2010, as senhas acabaram antes das 19 horas. Um brasileiro pode administrar algo assim mais facilmente. O duro é um estrangeiro experimentar essa situação.

Esse post compõe uma série chamada “Nota de Viagem”. Trata-se de um conjunto de pequenas observações realizadas durante viagens.