Bundas! Muitas bundas. Elas estão em todos os meios. É pouco provável não se deparar com pelo menos uma imagem de bunda ao longo do dia em jornais, revistas, outdoors, TVs ou portais da web. Elas são cultuadas, cantadas e decantadas. Povoam o imaginário brasileiro. Há um bom tempo tornaram-se objeto de concurso, em que receberam o nome de bumbum. O mais recente desses concursos, realizado no dia de ontem na cidade de São Paulo, usa A Última Ceia de Leonardo da Vinci como referência de imagem para sua divulgação. A despeito de sua simbologia religiosa, trata-se de uma obra de arte que é ícone da Renascença, antessala da Idade Moderna. A escolha de tal ícone para emoldurar a bunda enquanto objeto de consumo gerou polêmica e conseguiu atrair olhares para o concurso. Tempos pós-modernos (ou quase isso)!
Referências Conexas
CASTRO, Ana L. de. Culto ao corpo e sociedade: mídia, estilos de vida e cultura de consumo. 2ª. ed. São Paulo: Annablume: Fapesp, 2007.
GUIDO, Angelo. Símbolos e mitos na pintura de Leonardo da Vinci. Porto Alegre: Sulina, 1969.
HENNIG, Jean-Luc. Breve história das nádegas. Lisboa: Terramar, 1997.
KANZAI, Koiti. O corpo enquanto objeto de consumo. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, v. 21, n. 2/3, p. 71-76, 2000.
OLIVEIRA, Ana C. de; FERNANDES, Cíntia S.; SILVA, Simone B. da. A construção do corpo feminino na mídia semanal. Comunicação, Mídia e Consumo, v. 6, n. 17, p. 11-36, 2009.
SANTAELLA, Lúcia. O corpo como sintoma da cultura. Comunicação, Mídia e Consumo, v. 1, n. 2, p. 139-157, 2004.
rsrsrs... alguns chamaram essa cena de profanação, e eu pergunto: profanação de quê, da arte de Da Vinci?! O produtor dessa cena foi muito sagaz em promover o evento e gerar repercussão gratuíta para o público através de algo que gerasse polêmica.
ResponderExcluirGrande abraço!
Adriano Berger