A cada ano letivo que se inicia, alunos que são formandos vivem novos desafios. Boa parte deles precisa escrever um trabalho acadêmico de final de curso. Trata-se do chamado TCC (trabalho de conclusão de curso). Monografias de cursos de especialização, dissertações de mestrado e teses de doutorado são TCCs. Mas, o mais famoso dos TCCs é a monografia que é apresentada no último ano de vários dos cursos de graduação. Esse pré-requisito para a formatura e, por conseguinte, obtenção do diploma, gera um universo de situações.
Curiosamente à revelia de fiscalização e punição por órgãos estatais como o Ministério da Educação e Cultura (MEC), uma das situações mais absurdas corresponde ao mercado dos TCCs entregues sob encomenda e a gosto do freguês. Pululam na internet as ofertas desse tipo de “produto”. As mensagens por e-mail que são enviadas para um possível cliente vêm disfarçadas de assessoria para a redação de trabalhos acadêmicos. Basta informar o tema, o número de páginas e o prazo. Pronto! Está resolvido o problema.
Coordenadores de curso, de TCCs e professores orientadores, sobretudo aqueles que não acompanham de perto a realização dos trabalhos dos seus orientandos, correm o risco de assinarem e aprovarem TCCs que não passam de encomendas. Nesse caso, as piadas e a exposição ao ridículo de orientadores e coordenadores é inevitável. Possivelmente, formandos comentam a façanha de enganar orientador e banca examinadora. Na cultura urbana brasileira é considerado esperto aquele sujeito que passa a perna e, de alguma maneira, leva vantagem sobre os outros. No entanto, como, via de regra, o TCC envolve conhecimento técnico especializado relativo ao exercício profissional, o otário é quem faz a encomenda do TCC e não quem o orienta ou o avalia enquanto membro de banca examinadora.
Referências Conexas
Grieger, M. C. A. (2007). Escritores-fantasma e comércio de trabalhos científicos na internet: a ciência em risco. Revista da Associação Médica Brasileira, 53(3), 247-251.
Oliveira, L. H. de, Garcia, P. L., & Juliari, C. C. B. (2010). Mercado de trabalhos acadêmicos: um estudo exploratório. Pensamento Plural: Revista Científica da UNIFAE, 4(2), 33-41.
Obs.: a partir deste post, as Referências Conexas serão apresentadas conforme as normas da American Psychological Association (APA), e não mais de acordo com as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). A justificativa para a mudança é que as normas da APA são mais perenes do que as normas da ABNT, além de serem usadas em diferentes países.
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