Durante muitos anos, cruzeiros marítimos foram sinônimo de glamour e algo de difícil acesso para pessoas mortais e comuns. Em geral, evocavam imagens do Caribe e do Mediterrâneo ou mesmo da Europa e da Oceania. Concebê-los ao longo da costa marítima brasileira era algo incomum.
Hoje, ocorre o contrário. A indústria de viagens de turismo, entretenimento e lazer (re)descobriu que o litoral brasileiro tem uma extensão de mais 7.000 km e que pode ser explorada em viagens de norte a sul e de sul a norte. Percebeu, também, que como o Brasil está próximo ao Uruguai e à Argentina, é possível se oferecer cruzeiros internacionais a um custo operacional semelhante àqueles oferecidos ao longo da costa brasileira.
O resultado é que os cruzeiros passaram a ser oferecidos e consumidos em proporção jamais vista no nosso país. A facilidade do pagamento por meio de inúmeras parcelas, e o apoio de extensa rede de agências e escritórios de turismo Brasil afora, contribuíram para a expansão da realização de cruzeiros marítimos. Esse fenômeno só não é maior porque a infra-estrutura dos portos brasileiros não ajuda muito e os custos envolvidos na realização de cruzeiros no Brasil ainda são altos.
É bem provável que com o passar do tempo os cruzeiros sejam ofertados em maior escala e com maior número de opções, ampliando rotas que envolvam, por exemplo, um percurso entre o nordeste e o norte brasileiros, ou entre essas duas regiões e o Caribe. O contexto de consumo é favorável, a indústria está mais articulada e o mar parece exercer um fascínio ímpar no imaginário das pessoas.
Referências Conexas
BRITO, Telma M.; BRUHNS, Heloisa T. Corpo, lazer e natureza: uma reflexão sobre os cruzeiros marítimos. Turismo em Análise, v. 19, n. 1, p. 126-136, 2008.
RABAHY, Wilson A.; KADOTA, Décio K. Caracterização da demanda das viagens de cruzeiros marítimos no Brasil. Revista Turismo em Números, n. 53, p. 1-8, 2006.
WOOD, Robert E. Caribbean cruise tourism: Globalization at sea. Annals of Tourism Research, v. 27, n. 2, p. 345-370, 2000.