Impressiona a que ponto chegou a indústria do futebol e o seu alcance em todo o mundo. A cadeia de negócios que o envolve diretamente ou que se estabelece em seu entorno é extraordinária. Desde produtos simples e elementares para a sua prática, como bola, chuteiras e uniformes, passando pela pesquisa e desenvolvimento de tratamentos médicos para a recuperação de atletas, até contratos de satélites de comunicação para a transmissão das partidas, quase tudo no futebol parece desfrutar de magnitude. O jogador, todavia, continua sendo elemento central nessa cadeia de negócios.
A FIFA sugere que a indústria do futebol gira mais de US$ 250 bilhões por ano e que uma a cada seis pessoas em todo o mundo está envolvida, direta ou indiretamente, com a indústria do futebol. São números muito eloquentes e que explicam o espaço que o futebol ocupa em diferentes órgãos de imprensa. Nos últimos dias, a mídia tem repercutido de modo retumbante a volta de jogadores brasileiros que atuavam no exterior e agora compõem o elenco de clubes do país. Alimenta-se a esperança do aumento da audiência, de mais cotas de publicidade e, assim, mais recursos para e na indústria. Em ano de copa do mundo o futebol torna-se superlativo. Espetáculo para entretenimento e para consumo.
Referências Conexas
CLEMENTE, Claudelir C. Redes transnacionais entre profissionais “expatriados” ou expats. Ponto-e-Vírgula, n. 3, p. 13-137, 2008.
GONÇALVES, Julio C. de S.; CARVALHO, Cristina A. A mercantilização do futebol brasileiro: instrumentos, avanços e resistências. Cadernos EBAPE.BR, v. 4, n. 2, p. 1-27, 2006.
A indústria do futebol atualmente produz, além de forte movimentação econômica, uma retomada de algo que perdemos a muito tempo: o sentido de grupo ou, para ser mais atual, de expressarmos qual "tribo" participamos. A simbologia que os times de futebol carregam expressa tanto nossas representações culturais, como a ávida necessidade das empresas de conquistarem seu espaço no mercado de consumo, afinal "ser brahmeiro é ser brasileiro com muito orgulho!". Nesse contexto, podemos perceber de forma muita clara como que cultura e consumo são fenômenos entrelaçados......
ResponderExcluirEssa tema é muito relevante no contexto brasileiro. Parabéns pelas excelentes reflexões sobre ele!
Pois é meu amigo, o futebol no Brasil está mesmo com a bola toda. Vou aproveitar o tema para te agradecer pelo texto que você me recomendou sobre a direção tricolor e seu relacionamento com jovens atletas.
ResponderExcluirNo fundo o que está havendo naquele tocante é a desinformação ou conotação tendenciosa da imprensa sobre um clube que costuma ser a pedra no sapato de outros dirigente aventureiros movidos a paixão. Ocorre que empresários de toda espécie ficam assediando crianças, estabelecendo contratos e os oferecendo aos clubes grandes com promessas de fortuna. Os clubes pegam, formam, treinam, dão o que há de melhor e no momento oportuno emprestam para clubes do Brasil inteiro, para depois voltarem, se realmente forem bons, para compor o elenco.
No SPFC é assim, onde muitos jogadores estão espalhados pelo Brasil por empréstimo para ganharem corpo e experiência a baixo custo, para depois voltarem para o clube e serem estrelas, como Hernanes.
O número de jogadores tricolores espalhados por aí a imprensa não citou, apenas mostrou o lado do empresário, que tem contrato com jovens jogadores e esperam que eles se valorizem mais rápido do que a real necessidade do clube, inflamando a cabeça desses imaturos contra o clube que os formou.
Nos últimos 10 anos o Santos lançou Diego, Robinho, e agora Neymar e Paulo Ganso, enquanto o SPFC lançou Breno e Hernanes mas ganhou 3 brasileiros seguidos (quase ganhou mais um ano passado) com muito planejamento e elenco selecionado, bom e de baixo custo... mas tem jornalista chamando isso de crise ou de má gestão dos jovens talentos. Por que preferem levar garotos para o moderno CT de Cotia ao invés da fazendinha do Timão ou CT do Santos? Por que sabem onde existe estrutura e qualificação para formação de atletas. Só não sabem esperar para ver os garotos vingarem...
Grande abraço, amigão!
Adriano Berger