quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Um carro brasileiro

Brasileiro adora carro. É o sonho de consumo. Não necessariamente se dirige bem nas ruas e rodovias, mas o país tem campeões mundiais de Fórmula 1 e mais um tanto de pretendentes a títulos importantes no automobilismo. A redução no IPI para automóveis aumentou consideravelmente a procura de carros em todos os recantos, e mais ainda em regiões com menor poder aquisitivo como o norte e o nordeste, que proporcionalmente compraram mais carros do que as regiões sudeste e sul. O ano de 2009 foi pródigo em vendas.

O aquecimento do mercado parece ter ressuscitado o sonho de um carro brasileiro, o qual se configura no lançamento do Stark, um jipe off-road. Tendo em vista, contudo, o modo de produção da indústria automobilística, é difícil imaginar um carro exclusivamente brasileiro, pois os componentes têm diferentes origens e não é de todo simples fechar o ciclo de produção de um veículo de forma própria. Há questões de excelência técnica, produtividade ou custo mais baixo, que aconselham a buscar fontes externas. É assim que tem sido.

A Gurgel Motores, entre os anos 1969 e 1995, tentou produzir carros genuinamente brasileiros. A exceção ficava por conta dos motores que equipavam os veículos, os quais eram fornecidos pela Volkswagen. Naquela época, especialmente durante os anos 1970, algumas pessoas viviam o ufanismo de dirigir um carro brasileiro. Hoje, os sentimentos são diferentes. O mercado foi aberto e há muitas opções. O Stark parece estar fadado a ficar restrito a um pequeno nicho de mercado - não mais que isso.

Referências Conexas

BAPTISTELLA FILHO, Humberto; MAZZON, José A.; GUAGLIARDI, José A.; POPADIUK, Silvio. Fatores determinantes na preferência por marcas de automóveis. Revista de Administração da Universidade de São Paulo, v. 15, n. 2, p. 66-72, 1980.

CONSONI, Flávia L.; CARVALHO, Ruy de Q. Desenvolvimento de produtos na indústria automobilística brasileira: perspectivas e obstáculos para a capacitação local. Revista de Administração Contemporânea, v. 6, n. 1, p. 39-61, 2002.

Um comentário: