Parece que esqueceram que o Jornal Nacional da Rede Globo de Televisão é um jornal - ou deveria ser um jornal. Se já não tinha análise, o jornal agora confunde informação com uma espécie de entretenimento de mau gosto.
Ao tratar do nível de emprego (ou desemprego) no país, em uma reportagem que foi ao ar na noite de ontem (20/07/2015), o repórter trouxe São Longuinho para a reportagem, deu pulos e imprimiu um tom a sua fala como se estivesse fazendo uma matéria para o Fantástico - programa de final de semana da mesma emissora. Aparentemente, a ideia do repórter é que, considerando a queda no nível de emprego que atualmente ocorre no país, ao recuperar, ou no caso, achar o emprego de volta, o indivíduo deveria agradecer aquilo que estava perdido e foi recuperado dando três pulinhos para agradecer ao santo da Igreja Católica chamado São Longuinho - uma simpatia brasileira para quando se acha alguma coisa que estava perdida.
O jornalismo brasileiro pratica um mimetismo em relação às emissoras de TV estadounidenses com apresentadores falando em pé e circulando pelo estúdio e não mais ficando apenas sentados por trás das bancadas como antes. Agora é a vez das reportagens, em alguns casos, virarem peças de entretenimento. Pelo que se observa, pedir contextualização e análise seria pedir muito.
Prof., interessante sua reflexão. No campo da Comunicação, existe uma discussão sobre o que se chama de "infotainment" na cultura televisiva, um neologismo que traduz o embaralhamento de fronteiras entre informação e entretenimento. Tem um texto que gosto muito que trabalha com este conceito: "O embaralhamento de fronteiras entre informação e entretenimento e a consideração do jornalismo como processo cultural e histórico", da Profa. Itania Gomes.
ResponderExcluirOlá, Luciana!
ExcluirObrigado por sua visita.
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