Waking up is harder than it seems ...
Esqueça o Comissário Maigret, Hercule Poirot e Sherlock Holmes. Eles são sempre infalíveis na ficção policial, mas perfeitos demais para o mundo pós-moderno em que vivemos. Os fãs do gênero nunca conseguiram perceber uma fresta de insegurança em suas condutas, uma sombra em suas suposições, tampouco um traço de tormenta em seus cotidianos.
A ficção policial atual parece ser moldada à luz da hiper-realidade, em torno de sujeitos descentrados, com base na fragmentação cotidiana e, sobretudo, para a linguagem da TV. Aquilo que antes repousava nas páginas dos livros e apelava para a imaginação do leitor, agora vem empacotado na forma de imagens e sons. True Detective, uma série de TV, de gênero policial, exibida pela HBO, é bem assim.
Com a sua segunda temporada recentemente lançada em rede mundial, True Detective possui personagens factíveis, erráticos, com defeitos e problemas. Não há super heróis na série. Pelo contrário, eles encarnam as vicissitudes e limitações humanas, mundanas. Tais características apenas fazem a narrativa dos episódios serem mais fascinantes e cheias de mistérios e mazelas em torno das ações policiais para desvendar crimes.
As séries de TV tornaram-se um fenômeno de consumo mundial com muitos produtos e subprodutos delas decorrentes. Muitas delas converteram-se em uma espécie de franquia, com várias temporadas subsequentes. True Detective foi criada e tem o seu roteiro escrito por Nic Pizzolatto. Em sua segunda temporada tem a direção de vários diretores, como Justin Lin, por exemplo, e a participação dos atores Colin Farrell, Rachel McAdams, Taylor Kitsch, Vince Vaughn, Kelly Reilly e Michael Irby, entre outros.
True Detective é exibida às 22 horas, aos domingos, na HBO. A bela música que foi usada no teaser da segunda temporada, e que pode ser ouvida no link que abre esse post, é cantada por Lera Lynn e foi escrita por ela, Rosanne Cash e TBone Burnett.
Referências Conexas
Barwise, T. P., & Ehrenberg, A. S. C. (1987). The liking and viewing of regular TV series. Journal of Consumer Research, 14(1), 63-70.
Chitakunye, P., & Maclaran, P. (2014). Materiality and family consumption: the role of the television in changing mealtime rituals. Consumption, Markets & Culture, 17(1), 50-70.
Firat, A. F., & Venkatesh, A. (1995). Liberatory postmodernism and the reenchantment of consumption. Journal of Consumer Research, 22(3), 239-267.
Firat, A. F., & Venkatesh, A. (1995). Liberatory postmodernism and the reenchantment of consumption. Journal of Consumer Research, 22(3), 239-267.
Freitas, H., & Moscarola, J. (2002). Da observação à decisão: métodos de pesquisa e de análise quantitativa e qualitativa de dados. RAE-Eletrônica, 1(1), 1-30.
O'Guinn, T. C., & Shrum, L. J. (1997). The role of television in the construction of consumer reality. Journal of Consumer Research, 23(4), 278-294.
Proctor, S., Papasolomou-Doukais, I., & Proctor, T. (2002). What are television advertisements really trying to tell us? A postmodern perspective. Journal of Consumer Behaviour, 1(3), 246-255.
Way, W. L. (1984). Using content analysis to examine consumer behaviors portrayed on television: a pilot study in a consumer education context. Journal of Consumer Affairs, 18(1), 86-98.
Excelente postagem!
ResponderExcluirSerá que esta mudança tem a ver com algo do tipo: antes o público queria um exemplo, algo a ser alcançado, idealizado, e hoje buscam a si mesmos representados nos filmes e séries? Uma aceitação talvez da condição humana sem um padrão de perfeição?
Obs: Lembrando que Sherlock usava cocaína quando estava entediado e depois foi curado pelo Watson, mas isso nunca o atrapalhou a resolver os mistérios.
Oi Eloisa!
ResponderExcluirQue bom receber sua visita por aqui. Eu não sei responder sua indagação. Mas é bem possível que as pessoas sejam mais iconoclastas hoje em dia.
Um abraço,
Francisco Giovanni