Durante muitos anos produtos orgânicos ficaram à margem e constituíram
um mercado pouco conhecido e valorizado. Por serem produzidos em menor escala, sobretudo por
meio de agricultura familiar, e terem uma distribuição restrita, quase sempre
tiveram um preço maior do que seus similares não orgânicos e durante um bom
tempo foram tidos como sinônimo de produtos caros, tendo pouca demanda. Essa situação
mudou consideravelmente hoje em dia. Embora não existam dados precisos, a
Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) estima que o consumo de
produtos orgânicos cresça a uma taxa de cerca de 10% ao ano.
É natural que o aumento no consumo dos produtos orgânicos seja
resultado de inúmeros fatores. Um deles, no entanto, parece estar vinculado à
compreensão por parte dos produtores de que não basta que o produto seja saudável,
é preciso, também, que ele seja agradável aos olhos. É isso, por exemplo, que
produtores têm procurado fazer ao estimularem o consumo por meio de uma melhor
apresentação dos produtos. E ao fazerem isso, não reinventam a roda, mas antes procuram
usar elementos de cultura material que são referências para os consumidores,
como é o caso da alface embalada em forma de um arranjo de flor nas fotos que
fiz para este post, logo acima.
Referências Conexas
Camilo, A. N. (Ed.). (2011). Guia de embalagens para produtos orgânicos. Barueri: Instituto de
Embalagens.
Miller, D. (Ed.) (1998). Material cultures: why some things
matter. Chicago:
University of Chicago Press.
Motta, S. L. S., & Rossi, G. B. (2001). A influência do
fator ecológico na decisão de compra de bens de conveniência. Revista de Administração Mackenzie, 2(2), p. 109-130.
Portilho, F. (2008, junho). Consumidores de alimentos
orgânicos: discursos, práticas e auto-atribuição de responsabilidade socioambiental.
Anais da Reunião Brasileira de
Antropologia, Porto Seguro, BA, Brasil, 26.
Nenhum comentário:
Postar um comentário