A vida é um drama. Não necessariamente com um final feliz. Milhares de pessoas precisam e esperam a doação de algum órgão, como rim, fígado, córnea, para a realização de transplantes e tentativa de prolongar o tempo de vida. Nem sempre, contudo, as doações acontecem. Isso faz com que se discuta sobre, e pressione para, a liberação do comércio de órgãos humanos.
Há vários anos - mais de uma década -, tem-se tentado promover um debate sobre essa questão. A liberalização do comércio legitimaria o consumo de órgãos humanos por humanos. Os defensores do livre comércio, liberais em essência, acreditam que a comercialização de órgãos resolveria uma série de problemas e ajudaria a salvar vidas. Aqueles que são contra argumentam, principalmente, que um comércio dessa natureza ultrapassaria limites do ponto de vista moral e induziria pessoas sem rendimento econômico a se mutilarem para vender seus próprios órgãos, como o rim.
A rigor, qualquer que seja a posição que se venha a ter sobre essa questão, ela envolve uma lógica perversa de construção e formatação de um mercado que, antes de mais nada, atende aos interesses das indústrias médica, hospitalar e farmacêutica.
Obs.: a foto acima é de um outdoor na Estação de Metrô Queensway, localizada em Bayswater Road, Londres, Inglaterra.
Esse post compõe uma série chamada “Nota de Viagem”. Trata-se de um conjunto de pequenas observações realizadas durante viagens.
Olá professor,
ResponderExcluirEste post me fez refletir sobre a legalização da maconha. Existem personalidades influentes na sociedade, mídia e na política defendendo fielmente que a legalização da maconha diminuiria muito os problemas de tráfico e consumo de drogas no Brasil, tendo em vista o "sucesso" desta legalização em alguns países europeus. Da mesma maneira acontece com a legalização da prostituição.
Tendo em vista a diferença de formação e educação de base entre latinos e europeus, para mim, é muito claro que estas legalizações não funcionariam por aqui.
Considerando que a foto a cima foi tirada em um país como a Inglaterra, tento imaginar como são tratadas estas questões por lá, e como estas mesmas questões poderão ser tratadas por aqui posteriormente.
Não sei se vejo como um pós-modernismo "muito moderno", se vejo como um avanço da medicina para promover a vida, como um avanço da humanidade, como um retrocesso da humanidade ou mais um absurdo dentre tantos outros que acontecem pelo mundo.
Um abraço
Vitor Nogami
Olá, Vitor!
ExcluirEu não tenho as respostas para tais dúvidas, mas de duas coisas estou seguro:
1) a comercialização de órgãos humanos representa a criação e formatação de uma novo mercado;
2) mercados, via de regra, favorecem mais aos agentes produtores e intermediários do que aos consumidores finais.
Um abraço,
Francisco Giovanni Vieira