Holanda, Século XVII. Um pintor em dificuldades financeiras (Johannes Vermeer). Uma empregada doméstica (Griet) que de repente passa a ser sua assistente no estúdio e, mais que isso, torna-se modelo de um dos seus quadros mais importantes. Uma sogra dominadora que controla as finanças da casa (Maria Thins). Uma esposa enciumada que mais serve como peça de decoração (Catharina Bolnes Vermeer). Um jovem açougueiro que se apaixona pela empregada (Pieter). Um mecenas de moral questionável (Peter Van Rujven). Esses são os elementos que compõem o enredo de um belo filme que aborda a criação, em 1655, de uma obra ímpar das artes plásticas e que hoje está exposta no Museu Mauritshuis, na cidade de Haia.
Moça Com Brinco de Pérola (Reino Unido/Luxemburgo, 2003, Biografia/Drama, 99 minutos, 12 anos), direção de Peter Webber, roteiro de Olivia Hertreed, com Scarlett Johansson (Griet), Colin Firth (Johannes Vermeer), Tom Wilkinson (Peter Van Rujven), Cillian Murphy (Pieter), Judy Parfitt (Maria Thins), Essie Davis (Catharina Bolnes Vermeer) e Joanna Scalan (Tanneke), é repleto de imagens, sombras e luzes, absolutamente incomuns no mundo do cinema, com fotografia e enquadramentos que fazem não piscar os olhos.
Além de nos brindar com sua riqueza fotográfica, esse filme nos dá a possibilidade de observar que boa parte dos quadros que hoje em dia são considerados geniais, de alguma maneira, a princípio, foi meramente uma forma de prover o sustento da família e garantir a sobrevivência. Naturalmente, isso em nada diminui a genialidade artística neles contida. Mas, desmistifica e contextualiza, a um só tempo, o universo da arte como um universo de consumo.
Esse post compõe uma série chamada “Filme”. Trata-se de sugestões de filmes.
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