Eles não mudam nada! Algum tempo atrás os debates entre presidenciáveis eram capazes de alterar os rumos de uma campanha, mas hoje em dia perderam essa condição. Servem como um produto adicional das emissoras de TV, dos grandes jornais e portais da Internet. No atual panorama político, os debates mais entretêm do que informam o eleitor, e são mais úteis para os analistas políticos de plantão, que precisam de matéria e conteúdo para movimentar suas discussões, do que para decidir a escolha entre os candidatos a presidente da república.
Os resultados das pesquisas de intenção de voto para presidente, freneticamente divulgados por jornais e TVs, tem revelado a pouca influência dos debates sobre a decisão de votos dos eleitores. A maior parte deles tem o voto definido de forma anterior à realização dos debates e baseada em critérios de escolha que não são alterados pelo conteúdo do debate.
Os debates para presidente da república são eventos nobres, porém tem perdido importância para o eleitor nesse momento. Talvez tivéssemos uma experiência diferente se a agenda da mídia não fosse tão voraz, se as emissoras de TV os exibissem em horários adequados e com menor concorrência na programação, se a militância partidária atual não fosse quase que inexistente, se os candidatos não fossem tão parecidos em suas propostas, e se, especialmente, o presidente Lula, com toda a sua popularidade e avaliação positiva de governo, não estivesse envolvido no processo sucessório.
Referências Conexas
BERNDT, Alexander. Modelo de monitoração das intenções de voto. Revista de Administração (RAUSP), v. 29, n. 2, p. 110-16, 1994.
THIOLLENT, Michel. Pesquisas eleitorais em debate na imprensa. São Paulo: Cortez, 1989.
VEIGA, Luciana F.; SOUZA, Nelson R. de; SANTOS, Sandra A. Debate presidencial: as estratégias de Lula e Alckmin na TV Bandeirantes. Política & Sociedade, n. 10, p. 195-217, 2007.
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