Demorou mas aconteceu: as companhias aéreas irão cobrar um valor adicional para pessoas obesas que viajam de avião e precisam usar um assento extra. A Air France e a KLM anunciaram essa decisão no início do ano e adotarão a prática a partir do próximo mês. Dizem, no entanto, que se o vôo não estiver lotado e houver assentos livre lado a lado, onde o passageiro obeso possa se sentar, o dinheiro recebido a mais será devidamente reembolsado.
Constrangedor e oneroso, não? Os obesos já sofrem diversos preconceitos no dia-a-dia e agora se tornam objeto de tratamento diferenciado por parte de companhias aéreas. No chamado mundo dos negócios, muitas vezes o que uma companhia faz, as outras também fazem. Apenas esperam um tempo para ver se determinada ação é bem sucedida e também passam a adotá-la. Alguns conhecem isso como benchmarking, outros como mimetismo.
Para as empresas, trata-se de uma tentativa de maximizar receitas ou reduzir custos – como queira. Para o consumidor, trata-se de um abuso. Companhias aéreas parecem estar menos preocupadas em constranger os usuários de seus serviços do que em discutir hábitos de consumo de alimentos ou políticas públicas de alimentação.
Referências Conexas
BURTON, John R.; ZICK, Cathleen D.; MAYER, Robert N. Consumer views of the need for government intervention in the airline market. Journal of Consumer Affairs, v. 27, n. 1, p. 1-22, 1993.
CASOTTI, Letícia. À mesa com a família: um estudo do comportamento de consumidor de alimentos. Rio de Janeiro: Mauad, 2002.
LAZZARINI, Sérgio G.; JOAQUIM, Thiago A. Z. A formação de constelações: o caso da indústria global de transporte aéreo. Revista de Administração de Empresas, v. 44, n. 2, p. 11-25, 2004.
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