Salve, Chico! Parabéns pelo prêmio Camões! Na verdade, você não precisa de meus cumprimentos, mas como estou com Essa Gente em cima da mesa, escrevo-lhe esse bilhete. De certa forma o acompanho desde A Banda. Era apenas uma criança. Não entendia direito o que você queria dizer, mas gostava do ritmo e da alegoria da banda passando. Na cidade de Cajazeiras, onde nasci, lá no sertão da Paraíba, havia um coreto e era lá que as bandas tocavam. Era um lugar duplamente mágico, porque além de o coreto ficar na praça em frente a igreja, era o centro das quermesses. Só fui entender mesmo alguma coisa do que você dizia quando eu já estava na universidade, em Campina Grande. Lembro-me como fiquei fascinado por Almanaque. Eram tantas perguntas. Lá estava Tanto Amar, que quase é Tanto Mar. E por falar nisso, sua sugestão foi seguida: a despeito da inexistência de cravos vermelhos, aqui em casa tem um vasinho com alecrim. Obrigado por suas músicas e livros. Camões está bem acompanhado.
Em tempo: em que pesem todos os debates em torno de questões como mérito e relevância dos prêmios, via de regra eles são compreendidos como uma forma de reconhecimento da excelência. Também podem ser compreendidos, claro, como uma prática representacional para a formatação de mercados.
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