Acaba de ser publicado o novo Critério de Classificação Econômica Brasil (CCEB) para 2014 da Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa (ABEP). Na mesma página do website da ABEP é possível, também, encontrar o que ela considera ser o CCEB preliminar de 2015, a ser implantado a partir de 01/01/2015.
No CCEB de 2014 a ABEP ainda continua atribuindo uma alta pontuação (8 pontos) para o fato de o chefe da família possuir como grau de instrução o ensino superior completo. Em 2014, portanto, a existência de uma formação com ensino superior completo pelo chefe da família equivalerá a uma empregada mensalista (3 pontos) e a posse de um automóvel (4 pontos), por parte da família.
Essa situação na composição do CCEB continua a parecer um equívoco. A posse de diploma de curso superior, ainda mais em um período em que há facilidade de acesso ao ensino superior por meio de educação a distância, bem como facilidade de acesso a financiamento do pagamento de cursos em institituições de ensino privadas, não siginifica, necessariamente, condições de rendimento econômico compatíveis com a posse de automóvel e, especialmente, compatíveis com a capacidade econômica de contratação de empregada mensalista, haja vista, entre outras coisas, a necessidade de se considerar despesas adicionais com encargos trabalhistas de tal feito.
As faixas de renda média bruta familiar mensal (em R$), correspondentes às classes de "A" até "D" e "E", chamam bastante a atenção quanto à consistência em suas definições. Tais classes e suas respectivas faixas são as seguintes, conforme o CCEB 2014:
- A = R$ 11.037,00
- B1 = R$ 6.006,00
- B2 = R$ 3.118,00
- C1 = R$ 1.865,00
- C2 = R$ 1.277,00
- DE = R$ 895,00
Não há como negar a importância do CCEB, mas que há algo estranho em sua composição, ah isso há!
Receio que seja mais uma forma de o governo brasileiro sustentar-se naquela opinião de que estamos velejando em águas tranquilas, com a economia em alta e as classes sociais menos favorecidas subindo cada vez mais... É o milagre do fim da pobreza no Brasil graças ao governo PT!!
ResponderExcluirOi Adriano!
ExcluirQue bom receber sua visita por aqui. Nesse caso, não dá para responsabilizar o Governo Federal, pois a ABEP é uma instituição privada pertencente às empresas de pesquisa de mercado que operam em nosso país. A propósito da sua menção à pobreza, acho que em que pese ela ter sido reduzida, continua existindo. Penso que muitas décadas serão necessárias para superá-la no Brasil. Por outro lado, penso que qualquer governo, de qualquer partido, tem interesse em mostrar números positivos. Tomando a ABEP como referência, eles não vão ter muita dificuldade em demonstrar que houve um processo importante de mobilidade econômico-social no país. Em última análise, o problema é o critério propriamente dito, que insiste, por exemplo, em atribuir uma grande quantidade de pontos ao chefe de família que possui diploma de curso superior como se estivéssemos nos anos 1970 ou mesmo 1980, em que ter curso superior era sinônimo de uma condição favorável para a obtenção de um posto de trabalho no mercado com remuneração significativa que, de fato fosse sinônimo de ocupar um estrato de rendimento econômico mais elevado. isso ficou no passado e muitos chefes de família que possuem diploma, ocupam postos de trabalho com baixa remuneração, não significando, portanto, aquilo que é apregoado no Critério Brasil da ABEP.
Um abraço,