Black Friday, Halloween e, agora, o Boxing Day. Viva a globalização,
viva a capacidade do sistema capitalista em expandir seus mecanismos de
reprodução e viva, também, a capacidade que o brasileiro tem de imitar,
aculturar-se, copiar ou, como diriam los
hermanos argentinos, macaquear.
Não somos anglo-saxões e muito menos fazemos parte do
Commonwealth, mas empresas brasileiras como o Submarino, por exemplo, tentaram adotar
o Boxing Day para alavancar vendas nos dias imediatamente após o Natal, período
considerado de baixa vendagem no varejo. Já outras empresas, como a Vivara,
apostaram em algo mais do que um único dia. Criaram a Boxing Week, anunciando
preços com descontos de até 50% para compras no período entre o Natal e o Ano
Novo.
Do mesmo modo que a Black Friday e o Halloween, o Boxing Day
possui relação com tradições religiosas cristãs, mas que não foram construídas
aqui no Brasil – ainda majoritariamente católico. Não obstante, em tempos de
globalização e pós-modernidade, hábitos e costumes parecem ser produzidos e
reproduzidos culturalmente em uma velocidade jamais vista anteriormente. E isso
ocorre, inclusive, dentro do senso de oportunismo empresarial para promover o
consumo.
Referências Conexas
Okleshen,
C., Baker, S. M., & Mittelstaedt, R. (2011). Santa Claus does more than
deliver toys: advertising’s commercialization of the collective memory of
Americans. Consumption Markets &
Culture, 4(3), 207-240.
Thompson C.
J., & Tambyah, S. K. (1999). Trying to be cosmopolitan. Journal of Consumer Research, 26(3), 214-241.
Trentmann,
F. (2009). Crossing divides: consumption and globalization history. Journal of Consumer Culture, 9(2), 187-220.
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