O mundo acostumou-se a palavra crise. Habituou-se, também, a palavra mercado. Os mercados dormem, acordam e se agitam. Do mesmo modo, têm humor, reconhecem, valorizam e penalizam. A mídia de difusão trata o mercado como se fosse uma entidade. Os textos de jornais, bem como as falas nas emissoras de rádio e na TV, a ele se referem com o uso de sujeito e predicado.
Crise e mercado são palavras que têm estado juntas. Nos últimos dias, o noticiário tem sido inundado por elas e outras mais, como bolsa de valores, câmbio, dólar, consumo, PIB, produção industrial, emprego, greve, etc. Vive-se em crise.
A propósito, a crise de hoje parece ser a mesma de ontem. É provável que ela apenas tenha se reconfigurado, mudado de lugar e de enredo. Essa suposição ganha sentido assistindo-se o documentário Trabalho Interno (Inside Job, EUA, 2010). Vencedor do Oscar e lançado no Brasil em fevereiro de 2011, esse documentário revela os bastidores da crise financeira mundial de 2008 e deixa pistas de que o problema é indômito!
Dirigido por Charles Ferguson e escrito por ele próprio, juntamente com Chad Beck e Adam Bolt, o documentário é muito bem estruturado e editado. Ao longo de 120 minutos, e guiado pela narração segura de Matt Damon, o espectador se depara com informações estarrecedoras sobre como a crise foi engendrada dentro do próprio sistema financeiro. Depara-se, também, com informações sobre os diferentes atores envolvidos na formação da crise e os desdobramentos que ela traz para a vida de todas as pessoas. Nesse caso, a crise de 2008 não parece ser tão diferente da crise de 2011 ou outras de anos anteriores.
Esse post compõe uma série chamada “Filme”. Trata-se de sugestões de filmes.
Gostaria de dizer que assisti o documentário em questão e percebi que, de maneira geral, as crises financeiras ainda não serviram de lição para compreensão do cenário e dos protagonistas envolvidos, mas fica claro quem são os coadjuvantes: nós.
ResponderExcluirSugestão para complementar o assunto: "Zeitgeist, o Filme". Esse documentário, do ano de 2007, é dividido em três temas fundamentais: Cristianismo, 11 de Setembro e Banco Central dos EUA. Esse último tema é diretamente relacionado ao assunto em questão, mas os outros dois proporcionam uma perspectiva nova e polêmica de assuntos indiretamente conectados.
Leonardo,
ResponderExcluirObrigado pela dica do "Zeitgeist, o Filme" e pela excelente observação quanto aos coadjuvantes: nós!