segunda-feira, 25 de julho de 2011

Mirante da Paz, casa para a paz

 
A paz está no imaginário de todos. Simbolicamente, assume inúmeras possibilidades. Entre elas, junções como morro-asfalto, favela-bairro, pobre-rico. Tais junções sugerem uma espécie de compreensão de que a paz está nos segundos elementos: asfalto, bairro, rico. A violência, seria o oposto. A junção, portanto, engendraria uma síntese: paz. Governos e gente desavisada pensam assim.

 
Unidades de Polícia Pacificadora no Rio de Janeiro operam dentro dessa lógica. O discurso é o da ocupação, quando, a rigor, o que parece resolver é a presença do Estado com serviços básicos e não apenas com polícia.

 
A paisagem estonteante de alguns lugares do Rio de Janeiro até comungam para promover essa síntese. A paz pode até ser representada por meio do anúncio da venda de residências na favela, afixado em cima do grafite que faz parte do ponto turístico. Comércio e, sobretudo, consumo não imaginados em outras circunstâncias. O bom é que, nesse contexto, a paz pode ser tomada por meio de uma de suas principais metáforas: a casa.

Obs.: as fotos acima são do Mirante da Paz, instalado entre o bairro de Ipanema e a Comunidade do Pavãozinho, no Rio de Janeiro.

Esse post compõe uma série chamada “Nota de Viagem”. Trata-se de um conjunto de pequenas observações realizadas durante viagens.

2 comentários:

  1. A Bienal do Mercosul de 2009 em Porto Alegre apresentou uma exposição sobre esta temática: paz. O que achei de mais interessante nessa exposição era que ela começava com um luminoso escrito: A paz não é passividade! Estar em paz é compreender as contradições e conseguir agir com e a partir delas. Nesse sentido, muito relevante a metáfora da paz com a casa, pois este é um dos lugares onde podemos ser o mais sensivelmente contraditórios!

    Abs e obrigada pela reflexão!

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  2. Não podemos confundir Paz com segurança ou estabilidade. A paz é um processo individual e momentâneo, assim como a alegria. Não por acaso, a frase mais ouvida após a morte é "descanse em paz", ou seja, "nunca mais terás que se preocupar com as aflições normais de qualquer ser vivo". Mas em compensação, nunca mais sentirás alegria também... contraditório, não?!

    Sábio é aquele capaz de conviver com os conflitos e saber onde encontrar a paz para que sua vida seja harmônica e balanceada, pois só sabe o que é ter paz quem passou antes por uma tormenta, seja ela física ou emocional. A paz ininterrupta pode tranformar uma vida num mar de tédio e melancolia.

    Filosofar é sempre bom para aperfeiçoar idéias não pensadas no dia a dia, rsrsrs

    Forte abraço!
    Adriano

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