quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Produto chinês é uma piada

Um colega de trabalho me contou que comprou uma lanterna e, pouco tempo depois, ao precisar trocar a pilha, a tampa não fechou – nem por milagre. Um outro colega que, do mesmo modo que eu, ouvia o primeiro, relatou que comprou um pendrive e ele parou de funcionar após dois dias de uso. Uma terceira colega que adentrou a sala para tomar um café e acompanhou a conversa, mencionou que o tênis que havia comprado para caminhar, praticamente se desmanchara após uma semana de caminhada. Aproveitando a ocasião, pontuei que eu havia comprado uma agenda, cuja capa literalmente se rasgara após três meses de uso. O que os quatro produtos tinham em comum? Como o título deste post sugere, o fato de terem sido produzidos na China. Fácil, não? Mas o que mais eles tinham em comum? Surpreendentemente, eles não eram produtos piratas e não possuíam marcas desconhecidas. A despeito de toda a algazarra em torno da China, produto chinês é uma piada.

Referências Conexas

BAUER, Hans H.; SAUER, Nicola E.; BECKER, Christine. Investigating the relationship between product involvement and consumer decision-making styles. Journal of Consumer Behaviour, v. 5, n. 4, p. 342–354, 2006.

HAMILTON, Gary G. Competition and organization: a reexamination of Chinese business practices. Journal of Asian Business, v. 12, n. 1, p. 7-20, 1996.

PINHEIRO-MACHADO, Rosana. China-Paraguai-Brasil: uma rota para pensar a economia informal. Revista Brasileira de Ciências Sociais, v. 23, n. 67, p. 117-192, 2008.

3 comentários:

  1. Prezado Professor,

    De fato existe muito lixo embalado sendo vendido por aí. Coisas que foram feitas para não serem usadas. Antes me perguntava o motivo de não terem qualidade alguma. Mas, meus anos de "estágio" no Py me mostraram que existe cliente para tudo. Obviamente este não é o caso dos personagens acima, mas serve para mostrar a realidade de alguns mercados. Certa vez numa loja de acessórios de celulares uma cliente pediu um produto para a vendedora e o único critério era o preço, o mais baixo possível. Tratava-se de uma carcaça de celular, a cliente disse assim: - "Não precisa nem encaixar, eu quero é preço!". E posso afirmar que esse não é um caso isolado.
    Conforme observado no seu Post sobre os produtos serem de marcas conceituadas. Talvez tais marcas estejam entrando no ritmo da música tocada pelo mercado. É parecido com o indivíduo que não gosta de funk, mas ao ouvir a música, sem querer, está embalando os pés.
    Conforme discutimos, "aquele que não tem nada à oferecer, oferece preço" (suas palavras).
    Mas diante do gráfico de vendas caindo, e seu mercado abarrotado de produtos ruins, a tentação de diminuir o custo mexendo na qualidade é grande.

    É Professor... senti toda a influência do outro lado da ponte cair sobre mim agora :)

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  2. Prezada Liciane,

    Obrigado por suas observações e ponderações. Sua experiência no PY tem muito a nos informar. Mas, reitero, o meu "trabalho de campo" tem mostrado que os produtos chineses são frustrantes, para dizer o mínimo. Talvez,, no entanto, como a Exame publicou outro dia, existam os produtos chineses para o hemisfério sul e os produtos chineses para o hemisfério norte!

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  3. Comprar da china é cada vez mais fácil professor, não apenas para empresas, e é muito barato, hoje em dia da para pagar com boleto bancário! Nem cartão de crédito internacional ou CNPJ precisa mais.

    Eu importo algumas coisas para minha loja facilmente. Se eu como pessoa física faço isso, imagine uma grande empresa. Mas existem coisas de qualidade sim, mas o capitalismo visa a obsolescência programada, dai acontece isso mesmo...

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