É curioso como se constrói algo social e coletivamente. Mais curioso, ainda, é como algo se transforma em elemento de uma cultura, de um povo. Embora inventado pelos ingleses, o futebol representa bem esse fenômeno no Brasil.
Em época de Copa do Mundo de futebol as atenções das pessoas, movidas pela pauta da imprensa – e esta, pela pauta de seus anunciantes e patrocinadores –, voltam-se para o futebol. O país, quase que em uníssono, adquire fortes expressões de nacionalismo. O sentimento em torno da seleção brasileira de futebol transpõe barreiras e une os mais ferrenhos adversários, desde corintianos e palmeirenses até flamenguistas e vascaínos, ou gremistas e colorados.
A personificação desse nacionalismo se dá pelo uso do maior símbolo do país, sua bandeira, e também pelo uso da camisa da seleção brasileira. Há bandeira por tudo o quanto é lado. Bandeira grande, pequena, pendurada em janelas de apartamentos em edifícios ou tremulando enlaçadas às antenas dos rádios dos automóveis pelas ruas das cidades. A economia agradece todo esse ímpeto de nacionalismo. Mais ainda agradecem aqueles que formam a chamada economia informal, pois além das bandeiras e camisas, há as cornetas, chaveiros, flâmulas, lenços, copos, chapéus e um mundo sem fim de produtos verdes e amarelos para consumo.
Esse nacionalismo, que tem data e hora para terminar, surpreende a quem não é brasileiro. A imprensa internacional o registra e o disponibiliza em suas páginas impressas, websites e telejornais. O que observamos, entretanto, durante o período da copa do mundo é completamente distinto daquilo que se verifica em outros países. O nacionalismo brasileiro tem sido fruto de ocasião ou instrumento doutrinário de partidos e políticos do país.
Referências Conexas
FRAGA, Gerson W. “A derrota do Jeca” na imprensa brasileira: nacionalismo, civilização e futebol na copa do mundo de 1950. Porto Alegre: UFRGS, 2009. (Tese de Doutorado, Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em História)
HOBSBAWM, Eric J. Nações e nacionalismo desde 1780: programa, mito e realidade. 5ª. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2008.
SZUSTER, Flavia R.; SAUERBRONN, João F. R. Lá vai o consumidor pela ponta esquerda! Um estudo sobre consumo adolescente de futebol. In: IV ENCONTRO DE MARKETING (2010: Florianópolis). Anais ... Rio de Janeiro: ANPAD, 2010. (Versão integral em CD-ROM do Evento)
Eita homem que sumiu da rede!! Quase te liguei essa semana pra saber seu paradeiro... rsrsrs.
ResponderExcluirMas sobre o nacionalismo, é impressionante como o brasileiro busca referências para orgulhar-se como cidadão de uma bandeira respeitada internacionalmente. Parece que algumas coisas causam mais orgulho de ser brasileiro, e uma delas é o futebol, pois nos torna fortes, reconhecidos e respeitados no âmbito internacional. E temos tanto para nos orgulhar... pena que só temos olhos para o que há de ruim em nossa volta.
Grande abraço!
Sobre a cultura do consumo nota-se diversas empresas (Sadia por exemplo, McDonalds, e outras mais, Papaiz cadeado, etc.) elaborando produtos personalizados para os países da copa do mundo. A cada momento o consumidor pode comprar um novo produto c/ um formato diferente. Isto é a influência direta da copa do mundo na fabricação de novos bens p/ o cliente.
ResponderExcluirValter
http://www.google.com/images?hl=en&q=cadeado%20papaiz%20copa%20do%20mundo&um=1&ie=UTF-8&source=og&sa=N&tab=wi
Que grata surpresa, saber que o prof. Giovanni está com um Blog!!!!
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Fui seu aluno no último ano de Adm. na UEM, da mesma turma do Antonio Marcos.