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domingo, 3 de janeiro de 2016

Réveillon na praia e consumo


Sagrado para alguns e profano para muitos, o Réveillon na praia é repleto de significados e embalado pelo consumo simbólico e material. As ondas do mar e os fogos de artifício  são os principais elementos da narrativa. As ondas emprestam o sentido de levar e trazer, limpar e renovar, enquanto que os fogos conferem o sentido de iluminar e celebrar. Em um momento ritual, em outro rito. 

Há pouca coisa tão pós-moderna quanto celebrar a chegada do Ano Novo na praia. Especialmente se for considerada a materialidade necessária para compor a expressão dos seus significados. O consumo ocorre no lugar, em nome do devir, entretanto, paradoxalmente, não parece haver lugar para o lugar nos significados do Novo.  


Roupas, acessórios, calçados, bebidas, copos, alimentos, recipientes, toalhas, velas, adornos, objetos e mais objetos. Significados construídos. Restos, lixo. O Estado que cuide, limpe tudo. Afinal, não há lixeiras para todos, tampouco espaços onde se possa descartar as sobras do consumo material. É como se  o Natal fosse a casa e o Réveillon fosse a rua.


Referências Conexas

Almeida, A. C. (2007). A cabeça do brasileiro. Rio de Janeiro: Record.

Campbell, C. (2001). A ética romântica e o espírito do consumismo moderno. Rio de Janeiro: Rocco.

DaMatta, R. A. (2003) (1984). A casa e a rua: espaço, cidadania, mulher e morte no Brasil. Rio de Janeiro: Rocco.

Durkheim, E. (2003) (1912). As formas elementares da vida religiosa. São Paulo: Martins Fontes. 

Firat, A. F., & Venkatesh, A. (1995). Liberatory postmodernism and the reenchantment of consumption. Journal of Consumer Research, 22(3), 239-267.

Lipovetsky, G. (2007). A felicidade paradoxal: ensaio sobre a sociedade de hiperconsumo. São Paulo: Companhia das Letras.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Empanadas argentinas

Os argentinos amam as praias brasileiras. No verão, um bom número deles vem passear no nosso litoral em busca de dias ensolarados, água morna e diversão. Se eles tem Bariloche, temos praias – especialmente as de Santa Catarina, que tanto admiram. Segundo pesquisa da Embratur, eles são mais de 1 milhão por ano, e gastam cerca de US$ 100.00 por dia. A passagem dos argentinos pelo litoral brasileiro desencadeia um processo peculiar de aculturação. Produtos e serviços oferecidos nas praias de Santa Catarina passam a ter, de algum modo, elementos da cultura argentina. É assim na cidade de Bombinhas, onde as empanadas argentinas são objetos de desejo e procura no chamado happy hour, ou melhor, en la hora feliz.

Obs.: a foto acima é da principal rua de comércio para turistas na Cidade de Bombinhas em Santa Catarina, Brasil, onde se pode observar uma fachada na cor vermelha, no canto esquerdo, em que há uma casa de empanadas argentinas.

Esse post compõe uma série chamada “Nota de Viagem”. Trata-se de um conjunto de pequenas observações realizadas durante viagens.