domingo, 28 de dezembro de 2014

Banhos de Ano Novo




Em um país tropical toma-se banho em vários lugares e de tudo quanto é jeito: no banheiro, no quintal com a mangueira, na piscina, na cachoeira ou no próprio rio, no açude ou no mar. O que não falta é local e oportunidade para o banho. Os europeus parecem nunca ter compreendido de modo adequado o apetite para o banho existente abaixo da linha do equador. Talvez seja a herança indígena da América do Sul. 

Com base na centralidade que o banho tem no cotidiano do brasileiro, companhias como a Body Store, que procura se posicionar como uma empresa de produtos naturais, aproveitam a ocasião do Ano Novo e associam produtos ao banho. Mas não é qualquer banho! É um tipo de banho que leva embora energias negativas - para místicos e supersticiosos isso é assunto para muita conversa .

Como forma de tangibilizar o ritual em torno do banho e do banho que prepara o indivíduo para um ano que se inicia e que se quer melhor, a Body Store lançou o kit Contagem Regressiva. São sete pequenos vidros com essências diferentes e com finalidades específicas. A receita proposta é usar uma essência para cada um dos sete dias que antecedem o Ano Novo. A simbologia envolve desde a própria noção de limpeza já presente no banho, até a busca de equilíbrio e renovação.

A proposta é de fato curiosa, especialmente porque envolve uma certa disciplina de quem pretende usar o kit, pois terá que usar uma essência diferente por dia. Seguir o rito deve ser tarefa fácil para quem está nos trópicos e em pleno verão. O difícil deve ser lidar com a expectativa que os banhos devem criar. Em todo caso, se não operarem milagres para o Ano Novo terão servido para a higiene pessoal.

Obs.: foto da vitrine de uma loja da Body Store em shopping center.

Referências Conexas

Cascudo, L. C. (2001). Superstição no Brasil. São Paulo: Global Editora.

Dolgin, A. (2009). The economics of symbolic exchange. Heildelberg: Springer.

Hirschman, E. C. (1981). Comprehending symbolic consumption: three theoretical issues. In: Hirschman, E. C., & Holbrook, M. B. (Ed.) Symbolic Consumer Behavior (pp. 4-6). Duluth: Association for Consumer Research.

Wattanasuwam, K. (2005). The self and symbolic consumption. Journal of American Academy of Business6(1), 179-184.

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