domingo, 22 de setembro de 2013

50 tons

Junte uma jovem com um homem maduro. Reserve um bom tempo para aventuras. Junte uma grande quantidade de dinheiro e acrescente sexo. Mas, não qualquer sexo. Algo que possa ser considerado, digamos, incomum. Misture todos esses ingredientes e possivelmente terá produzido uma literatura medíocre, um best seller ou ... as duas coisas! E tudo isso poderá se transformar em uma franquia: livro um, livro dois, livro três, e ainda com a possibilidade de vender os direitos do(s) livro(s) para a indústria do cinema.
 
Segundos dados do mercado editorial brasileiro, E. L. James, autora da franquia 50 tons de cinza, conseguiu vender 2.400.000 livros nos quatro primeiros meses do lançamento do seu livro no Brasil, ou seja, 600 mil livros por mês; 20.000 livros por dia; 833 livros por hora; 13 livros por minuto. Trata-se de algo curioso,  tendo em vista que diminuiu consideravelmente o hábito de leitura entre os brasileiros nos últimos anos, conforme se verifica por meio da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, divulgada pelo Instituto Pró-Livro no início do ano passado.

4 comentários:

  1. Algo assustador na verdade, levando em consideração que é um conteúdo que a meu ver, nada acrescenta, apenas contribui para a degeneração de valores já escaços na sociedade. mas, infelizmente é o que o "povo" gosta.

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    1. Olá, Laiza!

      Obrigado pela visita e pelos comentários.

      Francisco Giovanni

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  2. Só para acrescentar: a história foi criada primeiramente como fã fiction da série Crepúsculo que narra o romance de uma humana com um vampiro de 200 anos. Como a descrição "quente" e cheia de tabus de sadomasoquismo e afins chama a atenção, ela publicou os livros com nomes diferentes para os personagens. Independente da história acho interessante o fato de uma fã se tornar escritora por sua história ficar famosa em sites de fã fiction.

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    1. Oi Eloisa!

      Que bom, ver você de novo por aqui. Obrigado pela visita e pelos comentários adicionais.

      De fato, E. L. James, ou Erika Leonard, começou mesmo publicando em um website de "fanfiction". Isso é um aspecto que chama a atenção. A interação com os leitores e a construção de textos no mundo virtual da web é um fenômeno que eu acho que merece ser estudado, sobretudo naqueilo que concerne ao universo de "fanfiction".

      Por outro lado, a ideia do texto a partir de uma base virtual e da reação/interação com os fãs, lembra a noção de "obra aberta", algo parecido com o que se tem na elaboração dos textos de novelas da TV, onde os autores criam romances, assassinam personagens ou aumentam a importância de determinados personagens na narrativa de acordo com a empatia e as preferências da audiência. Nesse caso específico, penso que o resultado das obras abertas termina sendo algo muito próximo do entretenimento fácil, típico produto da indústria cultural. O que pauta a "produção da obra" é a expectativa com o resultado comercial.

      Um abraço,

      Francisco Giovanni

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