quarta-feira, 20 de julho de 2011

A amizade é um fenômeno infantojuvenil

Hoje é o dia do amigo e o dia internacional da amizade. Muito antes de a indústria cultural querer fazer crer que a amizade é algo nobre e definir uma data no calendário para sua comemoração, Platão e Aristóteles já tentavam explicar mecanismos de relacionamentos e de construção de laços entre as pessoas. Isso seria o caminho inicial para o que veio a se chamar de amizade. Antropólogos procuraram explicar como em tempos primitivos havia um processo de agrupamento entre os homens como um meio para a proteção contra riscos e ameaças. Sociólogos, posteriormente, demonstraram formas de aproximação por meio de grupos de referência como igreja, escola e família. De uma forma ou de outra, ao longo da história, a amizade é simbolicamente consumida a cada dia. No Brasil, em particular, todos são amigos, mesmo aqueles que se conhecem a menos de um dia. Ocorre que, como conceituada na modernidade, a amizade é um fenômeno infantojuvenil. Não há amizade entre adultos. Adultos apenas têm interesses em comum.

Referências Conexas

HIRSCHMAN, Elizabeth C. Comprehending symbolic consumption: three theoretical issues. In: HIRSCHMAN, Elizabeth C.; HOLBROOK, Morris B. (Ed.) Symbolic Consumer Behavior. Duluth: Association for Consumer Research, 1981. pp 4-6.

RUBIN, Lillian B. Just friends: the role of friendship in our lives. New York: Harper & Row, 1985.

WATTANASUWAN, Kritsadarat. The self and symbolic consumption. Journal of American Academy of Business, v. 6, n. 1, p. 179-184, 2005.

Um comentário:

  1. “Seja o convívio amigável uma escola de erudição e torne a conversação instrutiva. Faça dos amigos professores e combine a utilidade da aprendizagem com o gosto da conversa [...] O que nos leva aos outros, em geral é nossa própria conveniência”. (A arte da prudência – Baltasar Gracián)

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