quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Banca de revistas e segmentação

Há algum tempo, ir a uma banca de revistas era um prazer, especialmente em dia de domingo. Buscava o jornal de circulação nacional preferido e escolhia uma ou outra revista para ler durante a semana. Havia revistas para vários interesses, visto que a indústria editorial sempre considerou a heterogeneidade de interesses existentes entre os leitores.

Com o passar do tempo, e também a entrada de novas editoras no mercado, houve uma enorme ampliação na oferta de títulos. Há revistas e mais revistas para todos os gostos e preferências. Há tantas revistas, que ao se chegar às bancas é quase que impossível ler seus títulos de tão empilhadas que ficam umas sobre as outras nas prateleiras. Tenho observado que as pessoas não se sentem bem em retirar, repetidamente, várias revistas das prateleiras no sentido de escolherem um título. Parece ser mais fácil, mais cômodo, ou mais prático mesmo, solicitar um determinado título ao atendente.

O pano de fundo do lançamento de tantos títulos é o processo de segmentação no mercado de revistas. Mas, tanta segmentação termina por confundir e, às vezes, até mesmo a dificultar a escolha de um determinado título. As editoras simplesmente não conseguem comunicar e posicionar adequadamente as dezenas e dezenas de títulos que publicam todos os meses. Por outro lado, não conseguem tantas matérias e reportagens diferentes ou originais. O que ocorre é uma repetição de conteúdos editoriais. Talvez esse até seja um mal da indústria de comunicação como um todo. Quem, por exemplo, pelo menos uma vez na vida leu uma revista que abordava os cuidados que as pessoas precisam ter no verão, não precisará mais ler nenhuma outra, pois todos os anos publica-se a mesma coisa em diferentes títulos de revistas.

Referências Conexas

DAVIDSON, Laura; McNEILL, Lisa; FERGUSON, Shelagh. Magazine communities: brand community formation in magazine consumption. International Journal of Sociology and Social Policy, v. 27, n. 5/6, p. 208-220, 2007.

EVANS, Martin. Segmentação de mercado. In: BAKER, Michael J. (Ed.) Marketing. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. pp. 174-200.

LENGLER, Jorge F. B. Um exercício de desconstrução do conceito e da prática de segmentação de mercado com base no gênero e na etnia: o que nos ensina Woody Allen sobre a hegemônica teoria de marketing. Revista Eletrônica de Administração, v. 5, n. 4, p. 1-23, 1999.

2 comentários:

  1. Caro Francisco,

    meus sinceros parabéns pela iniciativa. Li todos os textos e aprendi muito. Já incluí entre os meus favoritos e acompanharei...

    Muito obrigado.

    Abraços e tudo de bom,
    ______________________
    Antonio Ozaí da Silva
    blog http://antoniozai.wordpress.com

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  2. meu caro, eu era frequentador de bancas de revista. aprendi nos tempos dos gibis da Ebal, que lia compulsivamente. hoje, por causa das mudanças de hábito, quase não me detenho mais naquelas localizadas nas ruas. frequento as que foram incorporadas às livrarias de shopping. Fiquei refletindo se as bancas mudaram ou se fui eu. talvez as duas coisas.


    reginaldo dias

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